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A copa como ela é

'Mais caro', turista de negócios deve dar lugar ao esportivo

Empresas aéreas, que já têm perdas bilionárias, preveem que viajante de eventos vai 'desaparecer' durante Mundial

Otimismo do setor cresce no longo prazo, com expectativa de que maior exposição na mídia atraia mais turista estrangeiro

MARIANA BARBOSA DE SÃO PAULO

O ano da Copa não será a salvação das companhias aéreas, que amargam prejuízos bilionários e devem registrar crescimento zero neste ano.

Devido ao Mundial, as empresas estimam queda de receita e de demanda no tráfego aéreo doméstico em 2014.

"O viajante a negócios que compra passagem dois dias antes pagando tarifa cheia vai desaparecer nesse período", afirma o presidente da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), Eduardo Sanovicz.

O segmento de negócios e eventos empresariais representa mais de 65% da demanda no transporte aéreo.

O temor é que haja uma substituição da demanda. No lugar do passageiro que viaja a negócios, entra o turista esportivo, que paga menos pelos bilhetes.

As empresas dizem que é cedo para fazer previsão de quanto seria a queda no movimento de passageiros, mas baseiam a previsão negativa no comportamento da demanda nos Mundiais anteriores.

Na Alemanha, o aeroporto de Berlim viu o movimento de passageiros encolher 18% em 2006, ano da Copa. Nos dois anos seguintes, contudo, o movimento não só se recuperou como deu um salto.

Já na África do Sul, a Copa não foi capaz nem de recuperar o movimento perdido com a crise financeira global. O movimento de passageiros em Johannesburgo, principal porta de entrada do país, em 2010, foi inferior ao de 2008.

Lá, o efeito da exposição internacional do destino durante o Mundial ainda não foi sentido. O movimento de passageiros em 2012 (18,6 milhões) foi similar ao de 2008.

No longo prazo, as empresas estão otimistas e esperam um aumento no fluxo de turistas diante da exposição do Brasil na mídia internacional.

Esse sentimento misto com relação aos efeitos do Mundial também é sentido em outros segmentos do turismo, como o mercado hoteleiro.

Depois da euforia de investimentos, o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil já fala em riscos de superoferta de leitos em sete cidades-sede: Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Manaus, Salvador, Porto Alegre e Recife.

A entidade também reduziu a previsão de crescimento acumulado para a demanda no período de 2012 a 2015, de 18% para 16%.

Estudos sobre eventos esportivos mostram que o efeito positivo, através de investimento, se dá dois anos antes.

"É cedo para prever o impacto na economia. O ritmo de produção deve aumentar antes da Copa, com muitas empresas antecipando produção para compensar o mês parado", diz Frederico Turolla, sócio da Pezco Consultoria e professor da ESPM.

"Se a Copa fosse há três anos, ia bombar em termos de benefício para o Brasil. Mas, hoje, como a imagem não está mais lá essas coisas, o resultado não deve ser tão positivo", completa.

O desempenho do país nos jogos também deve influenciar no impacto para a economia em 2014, já que mais feriados serão decretados caso o Brasil avance no torneio.


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