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Com dúvida sobre gasolina, ação da Petrobras cai 6,29%

Para analistas, mesmo que haja alta do combustível em 2013, definição de modelo para reajuste deve demorar

Mantega marca reunião com a presidente da Petrobras para discutir o assunto; governo diz querer evitar indexação

DE SÃO PAULO DE BRASÍLIA

Diante da resistência da presidente Dilma Rousseff em aprovar uma fórmula de reajuste automático do preço da gasolina, as ações mais negociadas (as preferenciais) da Petrobras caíram 6,29% ontem, na maior baixa diária desde 25 de junho de 2012.

Os papéis ordinários (com direito a voto), menos negociados, tiveram queda de 6,43%, a maior desde 5 de fevereiro deste ano.

Como consequência, o principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, caiu 1,56%, para 51.446 pontos --o menor fechamento desde agosto. A estatal representa cerca de 12% do índice.

A Petrobras quer adotar um modelo que permita a correção automática de preços da gasolina e do diesel segundo parâmetros como o valor internacional do barril de petróleo, a cotação do dólar e o volume de exportação e importação da empresa.

Pela política de controle de preços do governo, a estatal importa petróleo e derivados a valores mais elevados que os de revenda no país, o que lhe causa prejuízos e afeta seus planos de investimento.

No governo, a preocupação é que a fórmula proposta pela Petrobras se transforme em um modelo de indexação para preços em outros setores, o que pressionaria a inflação, já em níveis elevados.

A tendência é o governo conceder ainda neste ano um aumento, na casa de 5% para gasolina e de 10% para o diesel, dentro da regra atual, deixando para o ano que vem a definição de um mecanismo de reajuste que dê mais previsibilidade à geração de caixa da Petrobras.

Para analistas de mercado ouvidos pela Folha, mesmo que um aumento ocorra ainda em 2013, um acordo entre Petrobras e governo sobre um novo modelo de reajuste ainda está distante.

Há, aliás, a possibilidade de que a adoção de um novo sistema de aumento fique para depois das eleições.

Até amanhã, a presidente da estatal, Graça Foster, deve se reunir em Brasília com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para tratar do assunto. Graça vinha tentando sem sucesso marcar uma audiência com o governo.

Na sexta, o conselho de administração da estatal se reúne para deliberar sobre a proposta feita pela Petrobras.

Ontem, Mantega, que preside o conselho, afirmou que o governo trabalha para reduzir as correções automáticas de preços, herança dos tempos de hiperinflação.

"Os investidores tinham a expectativa de que o governo pudesse ceder à proposta da Petrobras, mas as declarações de Mantega jogaram um balde de água fria", diz Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest Título Corretora.

Para Leandro Ruschel, diretor da consultoria Leandro & Stormer, a interferência do governo em diversos setores da economia afasta do país os investidores estrangeiros. (ANDERSON FIGO, MARIANA SCHREIBER, VALDO CRUZ, NATUZA NERY)


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