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Odebrecht dá deságio de 52% e leva BR-163

Preço do pedágio na rodovia de Mato Grosso será de R$ 2,63 a cada 100 km; teto do governo federal era de R$ 5,50

Na semana passada, empresa já tinha levado o aeroporto do Galeão, com oferta quase 300% maior que a mínima

DE SÃO PAULO

Com um desconto de 52% sobre o pedágio máximo estabelecido pelo governo, a construtora Odebrecht ganhou o leilão da rodovia BR-163, no trecho que liga Sinop a Itiquira, em Mato Grosso.

O teto era um pedágio de R$ 5,50 a cada 100 km. A Odebrecht vai cobrar R$ 2,63.

Sete propostas foram abertas na manhã de ontem na sede da Bovespa. A vitória não foi apertada: a segunda colocada, a Triunfo, ofereceu R$ 2,97, desconto de 46%.

Duas coisas podem ser depreendidas do leilão.

Uma é que o fato de o governo ter estabelecido um teto de pedágio mais alto do que o inicialmente desejado de fato trouxe mais interessados.

Nos primeiros estudos,em 2012, o governo imaginava que o teto da BR-163 seria de R$ 3,17. O medo era que não aparecessem propostas. A pedido das empresas, a tarifa-teto final ficou 74% maior.

No final, foram ontem três propostas abaixo de R$ 3,17 e outras quatro entre esse valor e o teto de R$ 5,50.

Nesse sentido, o ministro dos Transportes, César Borges, disse, após o leilão, que é melhor para o governo estimular a competição do que tentar determinar com exatidão o preço ideal do pedágio.

As empresas, que conhecem seus custos, teriam mais condições de fazer as contas. O teto alto é um risco em caso de cartel, situação em que o governo fica desarmado contra pedágios propositalmente superestimados.

Na rodovia em Mato Grosso, o grande custo será fazer, em cinco anos, a duplicação obrigatória de 454 km --o trecho tem um total de 851 km.

A concessionária só poderá cobrar pedágio após completar 10% dessas obras --segundo a Odebrecht, isso vai levar cerca de 18 meses.

Outra questão que surge a partir do leilão é qual será a estratégia da Odebrecht de agora em diante. Ela tem feito propostas ousadas nos últimos leilões do governo.

Na semana passada, ela já tinha feito oferta de R$ 19 bilhões pelo aeroporto do Galeão, no Rio, valor quase 300% acima do mínimo. Ainda em novembro, um consórcio com a empresa levou a linha 6 do Metrô de São Paulo.

No caso da rodovia em Mato Grosso, questionado sobre o valor oferecido, o diretor da Odebrecht Transport Renato Melo disse que a aposta da sua empresa é no crescimento do agronegócio na região.

"A região deve crescer mais que o resto do país. Nossos concorrentes acordaram um pouco mais tarde para isso."

Ele não falou claramente se a empresa vai seguir com lances ousados. Uma possibilidade, segundo a direção, seria contar com parceiros para ter caixa. Até o fim do ano, a empresa terá três chances:

1) No próximo dia 4, trechos das BRs 060, 153 e 262, de Brasília a Betim, serão leiloados;

2) No dia 17, será o trecho sul-matogrossense da BR-163 (ontem, foi leiloada só a parte mais rentável da rodovia);

3) Em 27 de dezembro, a BR-040, de Brasília a Juiz de Fora. "Entre o Natal e o Ano-Novo, estaremos novamente juntos", brincou Borges ontem.


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