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Em momento raro, interesses de Brasil e EUA coincidem

Reunião em Bali não deve discutir grandes mudanças nos subsídios agrícolas nem a abertura da indústria

Ao contrário do Brasil, porém, americanos já negociam grandes tratados bilaterais com blocos de Europa e Ásia

PATRÍCIA CAMPOS MELLO DE SÃO PAULO

Pela primeira vez em muitos anos, Brasil e EUA não serão antagonistas em uma negociação comercial. Os países compartilham interesses na agenda desidratada que será negociada em Bali, na semana que vem --principalmente porque não estão em discussão grandes mudanças nos subsídios agrícolas nem a abertura da indústria.

Mas os EUA, ao contrário do Brasil, já têm um plano B caso a Rodada Doha fracasse. O país negocia grandes acordos regionais como a Parceria Trans-Pacífico (TPP) e a Parceria Transatlântica para Comércio e Investimento (TTIP, na sigla em inglês) com a União Europeia.

Normalmente, Brasil e EUA discordam nas negociações multilaterais. O Brasil é ofensivo em agricultura e pressiona para que os EUA parem de subsidiar seus agricultores e de impor tarifas muito altas para importação de alguns produtos agrícolas.

Já os EUA cobram do Brasil tarifas menores sobre produtos industriais e uma política mais dura de proteção à propriedade intelectual.

SEM ARESTAS

Em Bali, será negociada apenas uma versão simplificada da agenda de Doha, que não causa muitos atritos entre americanos e brasileiros.

O pacote tem três pilares: facilitação de comércio, questões agrícolas e eliminação de barreiras para os países menos desenvolvidos.

Os dois países apoiam um texto ambicioso em facilitação de comércio, que tem como objetivo reduzir impostos, facilitar trâmite nas aduanas e reduzir o tempo que os produtos levam para cruzar fronteiras.

Já alguns dos países menos desenvolvidos querem que as nações ricas ajudem a financiar as mudanças necessárias para agilizar as aduanas e compensar a perda de receitas com redução de impostos.

Outra questão não controversa é o direito que os países menos desenvolvidos do mundo (LDC) teriam direito de exportar seus produtos sem tarifas ou cotas para países desenvolvidos, e sem oferecer reciprocidade.

A proposta lançada pelo Brasil para melhorar administração das cotas de importação também é abraçada pelos EUA, desde que a China também abra suas cotas para os países em desenvolvimento.

Os países têm a permissão da OMC para estabelecer cotas que prevêem tarifas menores para importação de certos produtos, de determinados países. Quando se esgota a cota, a tarifa sobe. Mas muitas vezes essas cotas não são preenchidas pelos países a que se destinam.

A ideia é conceder a países em desenvolvimento o direito de preencher as cotas quando os países "donos" não o fizerem.


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