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Cifras & letras

Crítica tecnologia

Redes sociais transformam reputação em forte moeda

Livro discute impactos das novas tecnologias na economia tradicional

LUIZ CALADO ESPECIAL PARA A FOLHA

Na opinião de Joshua Klein, que lança agora "Reputation Economics" (Economia da reputação), o prestígio nas redes sociais está dando impulso a novas formas de fazer dinheiro.

Reconhecido por aplicar a abordagem de pensamento sistêmico (grosseiramente, a compreensão das interdependências entre os saberes) em variadas áreas, o autor também é famoso por treinar corvos a recuperar moedas perdidas. É autor de mais dois livros --um sobre negócios e um de ficção científica.

Um exemplo brasileiro ajuda a ilustrar as ideias da obra: antes, seria impensável exibir de graça um programa de humor pela internet ou que uma empresa patrocinasse humoristas que a satirizaram. Mas o retumbante sucesso do canal gratuito "Porta dos Fundos" aponta para uma nova realidade.

Certamente ainda é preciso cobrar algo de alguém. Porém a ordem desse processo mudou. No caso do "Porta dos Fundos", o conteúdo é oferecido de graça na internet, visando lucro no futuro --com patrocínio e convites para participações em programas de TV, comerciais, teatro e cinema.

A visão que o público tem do programa é tão positiva que as empresas até aproveitam a sátira à sua marca para criar uma nova forma de exposição.

Não por acaso trata-se de uma start-up, uma empresa embrionária. Segundo Klein, por serem criadas em um ambiente de maior colaboração, essas empresas beneficiam-se mais da reputação e do trabalho voluntário, enquanto as grandes corporações são lentas, pois são construídas sobre sistemas burocráticos e metódicos.

Ao longo da história, nós usamos variados sistemas para regular as trocas financeiras. A reputação sempre exerceu um papel principal. A reputação do Brasil afeta o modo como investidores internacionais tomam sua decisão de investir aqui, como podemos notar hoje em dia.

Na teoria da administração de empresas, a reputação de uma companhia é um ativo estratégico que pode ser alavancado para gerar vantagem competitiva. Mas é fácil achar os contraexemplos, como empresas de tabaco, telefonia ou aéreas que lucram a despeito de sua péssima reputação. Isso dá sentido a uma leitura complementar sobre o tema, como nos mostra o autor.

TRANSFORMAÇÕES

A parte mais interessante da leitura é a que trata de como a nossa economia tradicional está sendo transformada pela tecnologia, especialmente a internet.

Antigamente, fazíamos negócios apenas com pessoas da nossa região, de reputação conhecida. As redes sociais já mudaram o modo como eu contrato uma consultoria, me hospedo ou alugo um carro, uma vez que posso fazer a cotação de serviços de desconhecidos baseando-me na reputação deles.

Hoje, existe um número grande de plataformas para autenticar, validar e apoiar a reputação de alguém, entre eles o LinkedIn e o Facebook. Essas redes ajudam os usuários, individuais ou corporativos, a tirar proveito de recursos não financeiros, como chamar um táxi de uma maneira mais simples.

Klein faz um bom trabalho ao contrapor o papel da moeda e delinear cenários de como a reputação se tornou uma ferramenta que empregamos intuitivamente para avaliar marcas, produtos e corporações.

A questão agora não é se você ou a sua empresa entrarão na economia da reputação; mas quando isso acontecerá.

REPUTATION ECONOMICS - WHY WHO YOU KNOW IS WORTH MORE THAN WHAT YOU HAVE
AUTOR Joshua Klein
EDITORA Palgrave Macmillan
QUANTO US$ 12,75, na Amazon (R$ 29,75, 276 págs.)
AVALIAÇÃO ótimo


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