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Finanças pessoais

Título de capitalização, para quem gosta de jogar e acredita na sorte

São muitas as abordagens utilizadas pelo mercado para convencer você a comprar um título de capitalização. Muitas delas induzem você ao erro de acreditar que está poupando para realizar sonhos.

A possibilidade de realizar sonhos, porém, é verdadeira somente para os poucos que são sorteados. A grande maioria recebe de volta o dinheiro que aplicou, ou parte dele, alguns anos depois.

Pois bem: título de capitalização é loteria, jogo de azar, sorteio. Nada além disso.

Então, pense muito bem sobre quanto dinheiro você pode e quer destinar a essa finalidade. Nada que comprometa um centavo do orçamento das suas despesas mensais, sua reserva financeira ou sua acumulação de recursos para objetivos que serão conseguidos com seu esforço de poupança --e não por um golpe de sorte.

Receber o dinheiro da aposta de volta muitos anos depois, sem correção, é um péssimo negócio em uma país que paga juros líquidos de aproximadamente 6% ao ano na caderneta de poupança.

A cada cinco anos, seu capital aumenta 35% em termos nominais. Desprezar essa remuneração só faz sentido se seu único objetivo for o de arriscar a sorte.

Muita gente escolhe o título de capitalização para guardar dinheiro --repare que eu não disse investir e sim guardar dinheiro-- porque é forçado a fazer isso.

Se não pagar as prestações em dia, não participa do sorteio. Se resgatar antes do vencimento, será penalizado, pois recebe somente parte do dinheiro que guardou.

Existem formas mais amigáveis e rentáveis de guardar dinheiro e ser remunerado pelo esforço. Abrir uma conta poupança conjunta com outra pessoa disciplinada, por exemplo. Uma conta do tipo "e" que exige a assinatura das duas pessoas para realizar saques, dificultará o acesso e colocará a pessoa disciplinada como guardiã do dinheiro depositado.

Existe também um tipo de depósito bancário chamado RDB (Recibo de Depósito Bancário) que não permite o resgate antes da data do vencimento, mas remunera o capital investido com taxas de mercado.

Fundos de investimento e CDBs (Certificados de Depósito Bancário) com carência, são outros exemplos de aplicações que podem proteger o seu dinheiro de você mesmo.

Você acha que o dinheiro do título de capitalização é devolvido com a mesma correção da poupança? Não é bem assim. Antes de entrar nessa jogada, leia com atenção as condições gerais.

Veja, por exemplo, as características de um plano de capitalização oferecido no mercado que prevê depósito de R$ 100 por mês, durante 60 meses.

Observe na tabela que acompanha o texto que só parte do valor depositado recebe a correção prometida. A parcela excedente fica com a sociedade de capitalização para custear os sorteios, as despesas e o lucro da empresa.

Além da perda provocada pela correção parcial do dinheiro, o resgate antecipado é severamente punido. Depois de cumprida a carência inicial, período pelo qual todo o dinheiro fica inacessível, o jogador pode solicitar resgate recebendo apenas parte do valor depositado.

Veja na tabela que o valor depositado de R$ 6.000, representado por 60 pagamentos de R$ 100, será resgatado sem qualquer acréscimo de juros ao final do contrato, cinco anos depois.

Se o mesmo dinheiro tivesse sido depositado em na poupança com remuneração de 0,5% ao mês, o valor resgatado seria de R$ 6.977.

O que parece atrair uma quantidade nada desprezível de pessoas que compram os títulos e enriquecem as sociedades de capitalização é a probabilidade (baixíssima) de ganhar muito, arriscando muito pouco dinheiro.

www.bmibrasil.com.br


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