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EUA têm menor desemprego em 5 anos, e fim do estímulo se aproxima
Taxa cai de 7,3% para 7% em novembro, patamar que não era visto desde o auge da crise de 2008
Melhora do mercado de trabalho pode levar BC americano a cortar já neste mês a ajuda mensal de US$ 85 bi
Após a maior queda em mais de um ano, a taxa de desemprego dos Estados Unidos está no menor patamar em mais de cinco anos, aumentando a expectativa de que o banco central americano possa começar a retirada de estímulos já neste mês.
A economia americana criou 203 mil vagas no mês passado, superando a expectativa de analistas, que estimavam 180 mil postos de trabalho criados.
Com a geração de emprego mais forte, a taxa caiu em 0,3 ponto percentual, para 7%, declínio que não era visto desde setembro de 2012.
A última vez que o desemprego nos EUA ficou abaixo de 7% foi em novembro de 2008, no auge da crise financeira, quando a taxa chegava a subir 0,5 ponto percentual de um mês para o outro.
Antes do início da mais recente recessão americana (durou de dezembro de 2007 a junho de 2009), a taxa de desemprego era de cerca de 5%, patamar que é considerado de pleno emprego.
Um outro indicador importante na criação de postos é que setores que costumam pagar melhor, como construção e indústria, tiveram resultados positivos.
Uma das preocupações de economistas é sobre a qualidade do emprego que vem sendo criado nos últimos meses. Isso porque o setor de serviços é que está liderando a abertura de vagas, mas muitos desses postos (em setores como varejo e restaurantes) não costumam pagar bem.
Esses dados certamente serão levados em consideração pelo Fed (banco central dos EUA) na reunião dos 17 e 18 deste mês, quando discutirá se mantém ou reduz o programa de estímulo à economia de US$ 85 bilhões mensais, lançado no fim de 2012.
O mercado de trabalho é o principal indicador acompanhado pelo Fed para decidir a continuidade do plano.
Antes do anúncio de ontem, economistas acreditavam que a redução só começaria no ano que vem (em janeiro ou março), mas agora muitos apostam que o fim da "era do dinheiro barato", que tanto abalou as moedas de emergentes como o Brasil, vai ter seu início neste mês.
Apesar da criação mais forte de postos de trabalho em novembro e das 6,8 milhões de vagas geradas nos últimos 38 meses, o saldo do emprego nos EUA desde o início de 2008 continua negativo: 1,3 milhão de postos perdidos.