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Arroz, feijão e frango ajudam inflação a subir menos no mês

IPCA subiu 0,54% em novembro, ante 0,57% em outubro; previsões eram de aumento de até 0,70%

Com o impacto dos combustíveis, índice pode voltar a ganhar fôlego em dezembro, dizem analistas

PEDRO SOARES DO RIO

A inflação interrompeu, em novembro, a tendência de aceleração dos meses anteriores diante da freada dos reajustes de alimentos. O IPCA, índice oficial, avançou 0,54% no mês, pouco abaixo do 0,57% de outubro.

O resultado agradou ao mercado e ao governo, pois ficou no piso das previsões --que apontavam uma taxa de até 0,70%.

O índice do mês só não subiu mais porque o reajuste da gasolina veio no final de novembro e apenas incidirá sobre o IPCA de dezembro.

O alívio, porém, não deve ser duradouro. Com o impacto do aumento da gasolina e do diesel, especialistas acreditam que o índice oficial de inflação do país volte a ganhar fôlego em dezembro e oscile em torno de 0,70%.

Trata-se, dizem especialistas, de um patamar elevado para uma economia que convive com uma taxa básica de juros de 10% ao ano, percentual definido no fim de novembro justamente para conter novos reajustes e impedir que a inflação cresça em 2014, ano eleitoral.

Outro ponto que chama a atenção é a inflação elevada, apesar de um cenário de baixo crescimento econômico --como mostrou o PIB do terceiro trimestre, que caiu 0,5% frente aos segundo trimestre.

ALÍVIO NA MESA

Para Adriana Molinari, da Tendências Consultoria, apesar do cenário econômico ruim, "a surpresa positiva ficou por conta da alimentação", com aumentos menores nas carnes e quedas em itens básicos e de grande consumo, como frango, arroz e feijão. A alta do grupo alimentação cedeu de 1,03% em novembro para 0,56%.

Outros produtos, porém, se mantiveram pressionados, como os derivados de trigo.

Entre eles, estão o pão, macarrão, farinha de trigo e outros que já vinham em alta e ficaram ainda mais caros.

"Esses aumentos estão ligados à quebra de safra do trigo na Argentina, principal fornecedor do Brasil, e ao câmbio, que ampliou os custo de importação", diz Eulina Nunes dos Santos, coordenador da Índices de Preços do IBGE, que calcula o índice.

Apesar da freada de alimentos, outros grupos avançaram. Ainda sem o aumento da gasolina, o grupo transporte teve seu maior foco de pressão nas passagens aéreas, que subiram 5,62%. Os aumentos desses itens são típicos dos meses finais de ano, por causa das férias.

O diesel tem impacto pequeno aos preços ao consumidor. São poucos os automóveis particulares movidos a esse combustível.

Eulina diz, porém, que pode ocorrer um impacto indireto sobre os fretes, especialmente de alimentos. Em habitação, a maior contribuição foi do reajuste de 1,63% na energia elétrica.

Para dezembro, os alimentos tendem a repetir uma taxa próxima à de novembro, em torno de 0,50%.

Bradesco e LCA ressaltam, em relatório, que o grupo deve manter uma tendência de estabilidade. O Bradesco prevê um IPCA de 0,68% neste mês. A LCA estima uma taxa de 0,71%. Para o IPCA fechado do ano, a expectativa é de um índice parecido com a taxa acumulada em 12 meses até novembro --5,77%.


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