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Foco

Com 280 peças se faz (ainda) uma gôndola em Veneza

DA REUTERS

As esguias gôndolas negras que deslizam por Veneza carregam as marcas de um pequeno mas orgulhoso grupo de artesãos que luta por manter vivos seus métodos tradicionais de construção.

Cerca de 700 anos atrás, existiam 7.000 delas em Veneza, mas seu uso cotidiano foi suplantado pelo de barcos mais modernos. Restam 433, primordialmente turísticas.

O construtor de gôndolas Roberto Tramontin explica por que a empresa familiar criada por seu bisavô em 1884 continua a produzir: "É como uma mulher sem muita maquiagem, em um vestido Armani preto, com um único diamante na garganta".

Uma gôndola demora dois meses a ser construída, com 280 peças de madeiras diversas, como limoeiro, carvalho, mogno, nogueira, cerejeira, abeto, lárix e olmo, o que resulta no preço de cerca de € 38 mil (R$ 123 mil).

A madeira é tratada por até um ano antes de ser modelada na forma cilíndrica ligeiramente assimétrica que permite que um único gondoleiro a conduza em linha reta.

Os construtores de gôndolas praticam por anos antes de começar a construir barcos feitos sob medida para o peso do gondoleiro.

Camadas de verniz preto são aplicadas, mas a ornamentação é limitada desde que um doge, o nome tradicional dos governantes da cidade, decretou no século 18 que as gôndolas estavam enfeitadas demais.

"Trabalho ao velho estilo. Tudo é feito à mão", diz Lorenzo Della Toffola, 48, construtor da oficina San Trovaso, que produz uma ou duas embarcações por ano, usando as técnicas do passado.

A arte que cerca as gôndolas deve ser preservada apesar das mudanças de comportamento, diz Giorgio Orsoni, prefeito de Veneza.

Os gondoleiros precisam ter uma gôndola para obter uma licença, e os que não herdam o negócio de seus pais compram, no começo de carreira, um barco usado e só depois financiam um novo.


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