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Após 'jejum' de 3 anos, hidrelétrica no PA é leiloada com deságio de 22%

Usina de São Manoel, no rio Teles Pires, deve gerar energia para atender 2,5 milhões de pessoas

Consórcio formado pela Energias do Brasil (67%) e por Furnas (33%) bate outros quatro concorrentes na disputa

TATIANA FREITAS DE SÃO PAULO DENISE LUNA DO RIO

Um consórcio formado pela Energias do Brasil, que pertence ao grupo português EDP, com participação de 67%, e por Furnas (33%) venceu ontem o leilão da hidrelétrica São Manoel, no Pará, com um deságio de 22% em relação ao preço-teto para a venda da energia.

A usina tem capacidade instalada de 700 MW, energia suficiente para atender 2,5 milhões de pessoas.

O grupo venceu outros quatro consórcios ao apresentar o preço de R$ 83,49 por MWh, ante o valor inicial de R$ 107 por MWh. Para o governo, o deságio mostra que o setor continua atraindo o interesse da iniciativa privada.

"Se fosse uma empresa estatal que tivesse apresentado esse alto deságio, iriam falar que [o leilão] só saiu porque [o vencedor] é estatal", afirmou Mauricio Tolmasquim, presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

A concorrência por São Manoel é explicada pelo "jejum" de três anos de leilões de hidrelétricas de grande porte. O mais recente havia sido o da usina Teles Pires, em 2010, que, assim como São Manoel, faz parte do complexo de usinas previstas para o rio Teles Pires.

Além disso, o "preço de equilíbrio" de São Manoel (valor que possibilita um retorno atraente para o investimento) é mais baixo que a média, o que permitiu um deságio mais elevado no leilão, segundo Thais Prandini, consultora da Thymos Energia.

RARIDADE

O deságio evidencia a importância que projetos como esse tomarão daqui para a frente em leilões do governo.

Com cada vez mais dificuldades para conseguir licenças ambientais, e impedidas de construir grandes reservatórios, as hidrelétricas de maior porte no Brasil como São Manoel serão cada vez mais raras, avaliam especialistas, que veem a geração hídrica perder espaço gradualmente para outras fontes de energia, cada vez mais caras.

"O percentual das hidrelétricas vai cair e é natural que outras fontes ganhem papel maior na matriz energética. O problema é que, fora a eólica, o combustível das outras fontes será sempre mais caro que a água", diz o diretor da Coppe/UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa.

O Brasil já ocupou com hidrelétricas quase todos os rios com potencial no Sul e no Sudeste. Atualmente, os novos projetos se concentram no Norte, especialmente na Amazônia, onde enfrentam grande resistência de ambientalistas, devido a presença de florestas e reservas indígenas.

O custo dessas usinas é maior que as do Sul e Sudeste, não só pela difícil localização mas pela necessidade de linhas de transmissão mais extensas.


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