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Papel de estrangeira dispara na Bovespa

Ações de empresas dos EUA, chamadas no país de BDR, sobem 43% neste ano, enquanto Bolsa recua 18%

Aplicação direta é restrita a quem tem mais de R$ 300 mil, mas pequenos podem optar por fundos

TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO

Na Bovespa, que acumula desvalorização de 18% neste ano, há um grupo de papéis que sobe mais de 40%.

São os recibos brasileiros de ações de empresas americanas, como Apple e Google, chamados de BDR (Brazilian Depositary Receipts).

Esses papéis são espécies de "comprovantes" registrados no Brasil de ações de empresas negociadas nos EUA e cotados em reais. Eles equivalem às ações das companhias americanas.

Os BDR tiveram forte valorização em 2013, com a perspectiva de recuperação da economia dos EUA. Nessa mesma linha, o índice S&P 500, da Bolsa de Nova York, subiu 24,5% neste ano.

O índice de BDR da BM&FBovespa (que mede o desempenho médio das 70 empresas americanas mais negociadas na Bolsa paulista) se valorizou em 43% neste ano.

A aplicação em BDR também embute a alta de 14% do dólar em relação ao real no período. Nesse cenário, até uma ação que está em queda nos EUA pode produzir ganho para o investidor brasileiro.

O investimento direto nesses papéis, porém, só é permitido para os chamados investidores qualificados --que têm mais de R$ 300 mil disponíveis para aplicação.

Isso porque é considerado complexo pela CVM (que regula o mercado brasileiro) por envolver empresas com balanço em inglês, regras de outro país e o risco do câmbio.

Mas fundos de investimento e de pensão já descobriram nesses papéis uma oportunidade para se beneficiar do otimismo com a economia norte-americana. Por meio deles, investidores com menor poder aquisitivo podem ter acesso à aplicação.

COMPANHIAS

Os papéis do Google, o terceiro mais negociado no Brasil, sobem 74,8% no ano em reais (nos EUA, em dólar, alta de 52%). Os da Apple, preferidos dos brasileiros, com 9% do total das transações, acumulam ganho de 27,1%.

Mas há os com pequena valorização, caso da IBM, com alta de 2,6% neste ano --no mercado americano, eles perderam 9% até a última sexta.

Os negócios com BDR, iniciados em 2009, só decolaram em 2012, quando as transações subiram de R$ 25,6 milhões para R$ 204,2 milhões.

Inicialmente, poucos investidores se arriscavam a apostar nesses papéis, que tinham baixíssima liquidez --ou seja, era difícil revendê-los para resgatar os recursos aplicados se necessário.

Neste ano até novembro, as negociações com esses papéis somaram R$ 823,2 milhões, 302,5% mais que em todo o ano passado.

"O crescimento dos negócios com esses papéis é exponencial. Mas ainda é um mercado pequeno e pouco representativo na Bolsa", diz Julio Ziegelmann, diretor de renda variável da Bolsa.

"Os fundos de investimento estão vendo nos BDR uma forma fácil de diversificar aplicações e aproveitar o momento bom da economia americana", diz Joaquim Levy, diretor da Bradesco Asset e ex-secretário do Tesouro.

O Bradesco lançou um fundo em 2012 voltado exclusivamente ao BDR. Vendidas no segmento Prime (para alta renda do varejo), as aplicações são possíveis a partir de R$ 10 mil. Neste ano, o fundo já subiu 42% e captou perto de R$ 300 milhões.


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