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Corte no BNDES vai manter gasto social, diz ex-nº 2 da Fazenda

Nelson Barbosa compara redução do repasse ao banco com aperto dos estímulos nos EUA

MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO

Fora do governo desde junho, Nelson Barbosa, ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda, compara a redução dos repasses do Tesouro para o BNDES ao fim dos estímulos nos EUA.

Mas, enquanto o governo americano retira os incentivos em razão da volta do crescimento econômico, no Brasil, o enxugamento do BNDES deve ocorrer para ajustar as contas públicas.

Desde 2009, o governo injetou cerca de R$ 300 bilhões no BNDES para estimular a economia. Em 2010, o país cresceu 7,5%, mas emperrou em seguida, com a crise externa e a perda de competitividade das empresas locais.

No ano passado, além de aportes adicionais no BNDES, o governo abriu mão de impostos para reanimar a economia, mas não obteve sucesso e a arrecadação diminuiu.

Com a fragilidade fiscal, as agências de classificação de risco ameaçaram rebaixar a nota dos títulos do Brasil, o que gerou desconfiança entre investidores.

Barbosa diz que o governo tem que reduzir os repasses ao BNDES e os estímulos ao setor privado para manter as políticas sociais. "O governo já fez a escolha pelo social."

Em outubro, o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse que o governo vai repassar menos para o BNDES.

Um dos sinais da escolha é o reajuste do IPI dos veículos. Para Barbosa, a alta recente do dólar (que encarece os produtos importados e deixa os produtos brasileiros mais baratos em dólar) ajuda empresários a recompor a capacidade de competir.

MUDAR O MÍNIMO

A deterioração das contas do governo, porém, deve provocar revisão também nos gastos sociais. Ele sugere alterações em programas como o seguro-desemprego e o abono salarial, além do reajuste do salário mínimo.

"É possível e necessário [o mínimo] continuar aumentando em termos reais [acima da inflação]. Mas o ritmo tem que ser de acordo com a capacidade da economia."

A regra atual, que corrige o mínimo de acordo com o crescimento do PIB e a inflação, acaba no ano que vem.

"A melhor regra, do ponto de vista econômico, é aumentá-lo de acordo com o crescimento do salário médio."

Na visão de Barbosa, esgotou-se o crescimento movido a ascensão dos mais pobres à classe média. "Não há mais tantas pessoas a serem incluídas. O modelo foi exitoso, mas os ganhos adicionais dessa política são menores."


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