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Governo prevê alta de 0,5 ponto no juro

Inflação de dezembro acima do esperado frustra expectativa de que ritmo de aumento na Selic cairia para 0,25 ponto

Avaliação é que há uma resistência da inflação maior do que se previa; Fazenda cita câmbio e combustível como vilões

NATUZA NERY SHEILA D'AMORIM DE BRASÍLIA

O desempenho da inflação em 2013 surpreendeu e elevou a aposta de setores do governo de que o Banco Central manterá o ritmo de alta dos juros em 0,5 ponto percentual na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) da próxima semana.

Mesmo após todo o esforço da equipe econômica para represar alguns reajustes e evitar novas pressões sobre os índices oficiais, o IPCA do ano passado fechou em 5,91%. O resultado é acima do registrado em 2012 (5,84%) e 0,19 ponto percentual acima do número dado como certo internamente: 5,72%.

Até agora, a expectativa era que o Copom, comitê que define a trajetória da taxa Selic (referência para economia), começasse o ano eleitoral com doses menores de juros, de 0,25 ponto percentual.

O próprio presidente do BC, Alexandre Tombini, alimentara esse cenário publicamente. O Copom, em sua ata de novembro, também havia destacado o efeito "defasado" que as elevações já promovidas nos juros tem sobre a economia, o que indicaria um mudança de ritmo.

Oficialmente, os vilões da inflação apontados pelo BC e pela Fazenda ontem foram os combustíveis e o câmbio --segmentos em que o governo tem poder de interferência. Além disso, a equipe econômica listou os custos do mercado de trabalho e as passagens aéreas.

OBSESSÃO

Apesar do discurso, o Palácio do Planalto não gostou de terminar o ano com desempenho pior que o ocorrido em 2012, contrariando um pedido da própria presidente Dilma Rousseff: que o resultado do ano passado fosse melhor que o do anterior.

A presidente não esconde que o controle de preços é uma de suas obsessões neste ano eleitoral, embora interlocutores indiquem algum conformismo com o patamar de 5,9%.

Nas palavras de um ministro, Dilma ganhou a eleição em 2010 com inflação a 5,9%, em um momento no qual o nível de renda era menor que o atual e a taxa de desemprego era maior que hoje.

Em seguida, afirmou que, neste ano, "ninguém vai conseguir plantar tomate para colher juros". Para o governo, o mercado financeiro e setores da imprensa usaram o aumento no preço do tomate, registrado no primeiro semestre do ano passado, para apostar numa explosão inflacionária em 2013.

Para o Ministério da Fazenda, o IPCA de 2014 "rodará ligeiramente abaixo dos 6%". A avaliação é que há uma resistência da inflação maior do que se previa.

Como neste ano, o desempenho do câmbio é a grande incógnita.

Há previsão de maior depreciação do real, com o dólar superando a marca dos R$ 2,50 no período eleitoral. O aumento nos juros ajudaria a segurar essa evolução.

Cálculos preliminares da equipe econômica indicam um resultado do primeiro trimestre melhor do que o registrado entre janeiro e março de 2013. Isso é fruto de menor pressão dos preços dos alimentos e também dos serviços.


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