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Fraca criação de vaga coloca dúvidas sobre estímulos dos EUA

País tem menor geração de postos em 3 anos; BC americano começou a retirar ajuda no mês passado

Taxa de desemprego caiu para 6,7%, mas isso ocorreu porque muitos desistiram de procurar trabalho

ISABEL FLECK DE NOVA YORK

Os Estados Unidos registraram, em dezembro, o menor ritmo de geração de empregos em três anos. No mês, foram criadas apenas 74 mil vagas, bem menos que a metade dos 200 mil postos esperados para o período.

O número, que contrasta com a média de 182,5 mil vagas geradas por mês nos últimos dois anos, coloca em xeque a recente melhora do mercado de trabalho e pode adiar os planos do Fed, banco central americano, de seguir cortando seu programa de estímulos.

A taxa de desemprego recuou, de 7% para 6,7%, mas não foi por um motivo positivo, mas sim porque muitas pessoas deixaram de procurar trabalho e saíram das estimativas oficiais.

Com isso, apenas 62,8% da população em idade ativa estava trabalhando ou procurando emprego no mês passado, índice igual ao de outubro e o menor em 35 anos.

A baixa criação de emprego no mês passado dificulta a tarefa do BC americano na reunião no fim deste mês.

Em dezembro, quando baixaram o ritmo dos estímulos, de US$ 85 bilhões ao mês para US$ 75 bilhões, os membros do Fed consideravam que o plano, iniciado no fim de 2012, estava perdendo sua força e trazendo riscos para a maior economia mundial.

Especialistas, contudo, dividem-se em relação ao impacto dos números divulgados ontem sobre o corte de estímulos. A expectativa, hoje, é que o programa seja encerrado na segunda metade deste ano.

"A justificativa do Fed para diminuir sua compra de títulos --de que o avanço do mercado de trabalho era sustentável-- foi testada hoje [ontem]", disse o economista Paul Edelstein, do IHS Global Insight, ao "Wall Street Journal".

Nariman Behravesh, economista-chefe do mesmo grupo, no entanto, acredita que os dados de dezembro são "anormais" demais para serem considerados.

"A não ser que os números das próximas semanas mostrem um enfraquecimento maior, o Fed deve ignorar esses números de dezembro e seguir com seu cronograma de cortes", disse à Folha.

Uma das razões para o questionamento dos números é que a queda na geração de empregos pode ter sido motivada pelo mau tempo registrado em dezembro. Analistas estimam que até 75 mil vagas não tenham sido criadas em razão das baixíssimas temperaturas e da neve. A construção civil, por exemplo, perdeu 16 mil vagas --a primeira queda desde junho.

Um possível freio nos planos do Fed de retirar os estímulos seria bom para países emergentes, como o Brasil.

Novos cortes enxugariam o volume de recursos disponíveis para investimento nesses países --restringindo a oferta de dólares e pressionando a cotação da moeda para cima.


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