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BC volta a elevar juros e indica novas altas

Após a surpresa da forte inflação de dezembro, Copom mantém ritmo de aumento da Selic, que vai a 10,5% ao ano

Antes do IPCA de dezembro, autoridade monetária chegou a sinalizar que reduziria alta para 0,25 ponto

MARIANA SCHREIBER DE BRASÍLIA

Depois do susto com a inflação de dezembro, o Banco Central manteve o ritmo de alta dos juros. Em decisão unânime, a taxa Selic foi elevada ontem pela sétima vez seguida, de 10% para 10,5%,maior nível desde março de 2012.

Apesar de o BC ter sinalizado em 2013 que a alta deste mês poderia ser menor, de 0,25 ponto percentual, a divulgação, na sexta, de que a inflação acelerou no fim do ano mudou o cenário. Com isso, o ritmo de alta das cinco decisões anteriores foi mantido.

Em comunicado, o BC deixou a porta aberta para um novo aumento dos juros em fevereiro, mas não se comprometeu com seu tamanho.

Em texto quase idêntico ao da decisão de novembro, o BC disse que, "dando prosseguimento ao processo de ajuste da taxa básica de juros, iniciado na reunião de abril de 2013, o Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu, por unanimidade, neste momento, elevar a taxa Selic".

Para o economista da PUC-Rio José Márcio Camargo, o acréscimo da expressão "neste momento" indica que a decisão se restringe ao cenário atual e que o BC vai esperar a evolução do quadro econômico para decidir a magnitude do próximo aumento.

O início do comunicado, porém, deixa claro que haverá nova alta, com objetivo de conter a elevação dos preços.

O IPCA fechou 2013 em 5,91%, e o presidente do BC, Alexandre Tombini, não conseguiu cumprir a promessa de entregar a inflação abaixo da de 2012 (5,84%), mesmo após todo o esforço da equipe econômica para represar reajustes, como o dos combustíveis, e reduzir o preço da energia.

O resultado ficou abaixo do teto de 6,5%, mas acima do centro da meta (4,5%). Em todo o governo Dilma Rousseff a inflação superou esse patamar, e a expectativa dos analistas é que neste ano o índice continue rondando os 6%.

Em 2013, a inflação alta serviu de argumento para a oposição atacar o governo do PT, o que deve se repetir na campanha eleitoral.

Na avaliação do economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, o aumento dos preços hoje preocupa mais o governo que o PIB fraco, já que o desemprego tem se mantido baixo.

ENTENDA A SELIC

A Selic serve de referência para o custo do crédito e a remuneração dos investimentos. Seu aumento tem o efeito de encarecer empréstimos e estimular aplicações financeiras, diminuindo o consumo e a pressão sobre os preços.

Os juros ao consumidor são bem mais altos que a Selic, mas a taxa básica não é o único fator para sua definição. Nas taxas cobradas pelos bancos ao conceder crédito, entram itens como custo operacional e risco de calote.

Com a Selic a 10,50%, a taxa média cobrada de pessoas físicas em empréstimos ficará em 93,17% anuais (5,64% ao mês), segundo a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).


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