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"Assanhamento" do verão, bermuda quer ganhar espaço em escritórios

Site que dispara mensagens anônimas para chefes já recebeu mais de 3.300 pedidos para que essa peça de roupa seja aceita

(FELIPE GUTIERREZ) DE SÃO PAULO

Ir para o escritório de bermudas, em vez de calças, virou uma bandeira de trabalho neste verão. "É o assanhamento" da temporada, diz a autora e consultora de moda Gloria Kalil.

Três amigos do Rio de Janeiro resolveram fazer um site para incentivá-las e, dizem, está fazendo sucesso.

O publicitário Ricardo Rulière, 26, um dos que estão à frente da página, conta que o bermudasim.com.br nasceu em torno de uma conversa informal. A primeira ideia era criar um disparador de e-mail anônimo para pedir a um chefe que libere a vestimenta.

Do dia 8, quando o site foi ao ar, até ontem, foram 3.300 mensagens anônimas enviadas a chefes.

Os amigos também fizeram "mandamentos" sobre como usar bermuda no trabalho (por exemplo, "não é porque está de bermuda que pode usar regata" e "bermuda só a partir dos 29,8?C"). O calor dos primeiros dias de 2014 motivou a criação da página. "Sofrer e suar é pior para o rendimento profissional, fica-se estressado e não se trabalha direito", diz Rulière.

Kalil concorda: "Faz sentido reivindicar uma roupa mais tropical. Homens usam essas roupas [ternos] porque é uma convenção. Não é lei".

Mas, para que a bermuda vingue de vez como peça aceitável em ambientes corporativos, é preciso um ícone.

"Jorge Paulo Lemann inaugurou a roupa casual para o mercado financeiro no Rio. Hoje, um amigo meu diz que só usa terno no Rio quem tem menos de R$ 1 milhão", afirma a consultora.

A ideia ganhou força neste verão, mas ela não é assim tão nova. Há quatro anos o empresário de Brasília Fabricio Buzeto, 29, redigiu um "manifesto bermudista".

Ele é dono de uma empresa que desenvolve softwares e diz que já deu muito emprego a profissionais que, por causa da aparência, não teriam chances no mercado.

"Muitas vezes, os profissionais são julgado por outras coisas que não a eficiência."

No escritório do Peixe Urbano, no Rio, também é a regra. Vitor Vander Vellden, 30, gerente de produtos, conta que, nos dias quentes, todos os homens vão de bermuda.

Clientes e parceiros já sabem o que esperar, diz. "A gente já trabalhou em prédios comerciais. Dá dó ver os vizinhos de prédio de terno e gravata."


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