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Vaivém das commodities
MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br
Inflação reduz consumo de frango em 2013
O brasileiro comeu menos carne de frango em 2013. O consumo per capita caiu de 45 quilos por habitante em 2012 para 41,8 quilos no ano passado, segundo a Ubabef (associação do setor).
A inflação de alimentos e o alto nível de endividamento das famílias explicam a retração de 7%, diz Francisco Turra, presidente da Ubabef.
O comportamento foi o oposto do historicamente visto em períodos de queda no poder de compra, quando o consumo tende a migrar das carnes mais caras para as mais baratas. Como o frango é a proteína de menor preço, normalmente é favorecido.
Não foi o que aconteceu em 2013: o consumo de carne bovina e suína permaneceu quase estável, mas o de frango teve queda expressiva.
Para Turra, o frango foi mais afetado por ter maior abrangência --é a carne mais consumida no país. Além disso, está mais presente nas classes de baixa renda, cujo orçamento sofre mais com a inflação de alimentos.
A retração no consumo interno contribuiu para a queda de 2,6% na produção brasileira de carne de frango, também influenciada por ajustes na troca de comando das principais empresas do setor: BRF, JBS e Marfrig.
O volume de produção também continuou sofrendo os efeitos da crise de 2012 no mercado externo. Para reduzir estoques e ajustar a oferta à demanda, houve contenção no número de alojamento de matrizes, que caiu 0,8%.
A estratégia foi bem-sucedida. Apesar de as exportações de carne de frango terem caído 0,7% em volume, a receita subiu 3,4% no ano passado, para US$ 7,9 bilhões.
Mas, se em 2013 o destaque de rentabilidade ficou com as exportações, neste ano a maior contribuição deve vir do mercado doméstico. O setor acredita em recuperação do consumo per capita para o nível de 2012, contribuindo para um aumento da produção entre 3% e 4%.
Além de uma trégua da inflação, as indústrias apostam no aumento do fluxo de turistas com a Copa do Mundo para elevar a demanda.
"O mercado externo vai disputar com o interno", diz Ricardo Santin, diretor da Ubabef. Essa competição, acrescenta, pode elevar os preços de exportação. Em volume, os embarques devem crescer entre 2% e 2,5% em 2014, estima a associação.
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Novos mercados Se o Brasil abrir mercados em negociação, como o Paquistão, as exportações de frango podem crescer 5% neste ano, diz Francisco Turra, da Ubabef. Para ele, o país precisa endurecer nas negociações.
Mais ovos A produção brasileira de ovos cresceu 7,4% em 2013, mas a demanda continua abaixo da média. O consumo per capita no país foi de 169 ovos no ano passado, ante 220 unidades por habitante na média global.
E orgânicos O mercado global de orgânicos faturou US$ 60 bilhões em 2013, alta de 10% em relação ao ano anterior. O Projeto Organics Brasil, que reúne 74 exportadores, contabilizou US$ 130 milhões em vendas externas.
ALUMÍNIO
+2,16%D
Ontem, em Londres
SUCO DE LARANJA
-2,58%E
Ontem, em Nova York
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Preço do boi bate recorde na Bolsa de Chicago
O preço do gado intensificou a tendência de alta verificada já há alguns anos nos EUA. O primeiro contrato de boi vivo negociado em Chicago bateu recorde ontem, a US$ 1,39 por libra-peso.
O cenário de demanda firme e oferta ajustada sustenta a cotação, impactada também pelo frio intenso no país.
Para José Vicente Ferraz, da Informa Economics FNP, o efeito das baixas temperaturas sobre o mercado "é mais psicológico do que real", pois o frio não deve reduzir o volume de abates.
Os custos de produção, porém, sofrem nova pressão de alta. Em 2011, pastagens americanas foram destruídas pela seca e, em 2012, a alta dos grãos afetou confinamentos.
Tudo aliado ao declínio do rebanho bovino --o menor em 60 anos nos EUA.