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Governo tenta preservar imagem da Caixa

Dilma exigiu uma solução rápida para a contabilidade irregular de R$ 719 milhões no balanço do banco estatal

Apesar de ser tratado como uma prática comum, interlocutores do governo afirmam que caso foi único

SHEILA D'AMORIM (MÁRCIO FALCÃO) DE BRASÍLIA

Com a divulgação da contabilidade irregular de R$ 719 milhões no balanço da Caixa Econômica Federal de 2012, o governo deflagrou nesta semana uma operação para minimizar os estragos para a imagem do banco e da equipe econômica.

O episódio irritou a presidente Dilma Rousseff, que exigiu uma solução rápida para a situação.

Uma semana depois, a avaliação é que o estrago foi menor do que o esperado.

O governo temia uma corrida às agências da Caixa, como aconteceu quando boatos sobre o fim do programa Bolsa Família geraram quebradeira em algumas cidades.

Havia o temor de que o estrago para a imagem da Caixa afetasse também outras instituições financeiras públicas, especialmente o Banco do Brasil.

Desde então, a estratégia oficial mantém duas frentes: sustentar publicamente que não houve confisco, já que regras do Banco Central mandam que contas com irregularidades no cadastro sejam fechadas, e, nos bastidores, tratar o caso como uma prática comum no mercado.

CONTABILIDADE

Sem citar nomes, envolvidos na operação insistem que a mesma contabilidade foi feita pelos demais bancos de varejo do país.

A ideia de que há um vácuo legal que permitiu o entendimento da cúpula da Caixa de que era possível se apropriar dos saldos das contas e registrá-los como receita própria, porém, cria um outro problema: se todos os bancos estão cometendo irregularidades há 20 anos, como o Banco Central não viu e não tomou nenhuma atitude?

Outros interlocutores do próprio governo, porém, afirmaram que a Caixa era o único caso entre os grandes bancos de varejo.

Desde o início da semana, a Folha vem questionando as quatro maiores instituições financeiras do país se os recursos de contas fechadas por irregularidades cadastrais tiveram algum impacto nos resultados registrados entre 1993 e 2013, além de pedir a quantidade de contas encerradas no período e o saldo remanescente.

OUTROS BANCOS

Apesar dos pedidos, nenhum banco deu detalhes sobre quantidade e valor.

O Itaú Unibanco foi o único a responder diretamente que, no caso de contas com CPF irregulares, "o encerramento da conta é efetivado e o saldo existente fica disponível ao cliente para retirada, sem nenhum impacto no resultado do banco".

Bradesco, Banco do Brasil e Santander deram inicialmente respostas superficiais, afirmando que cumpriam as regras do Banco Central para encerramento das contas.

Diante da insistência nos questionamentos, o Santander disse que "o eventual saldo credor é transferido para contas contábeis que não afetam o resultado do banco, e os valores permanecem à disposição dos clientes, em conformidade com a legislação".

O Bradesco se limitou a dizer que "as contas não são encerradas".

O Banco do Brasil não quis se pronunciar mais.


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