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Argentina recua e libera dólar como investimento

Compra da moeda para poupança estava proibida desde julho de 2012

Governo também reduz imposto de passagens e pacotes de turismo; crise derruba grandes Bolsas emergentes

LÍGIA MESQUITA DE BUENOS AIRES

Os argentinos, que desde julho de 2012 estavam proibidos de comprar dólar como forma de investimento, estão novamente autorizados a usar a moeda com esse fim.

A Casa Rosada também voltou atrás no imposto sobre transação financeira no exterior e compra de passagens e pacotes de viagens, que havia subido para 35% em dezembro e voltará a 20%.

Com essas mudanças, a Casa Rosada busca conter a sangria de suas reservas, que já chegaram a US$ 29 bilhões, e segurar a alta do dólar paralelo, ou "blue", comercializado de forma clandestina.

O paralelo bateu seu recorde de cotação na quinta, chegando a 13,40 pesos, ante 7,75 pesos do oficial.

As novas medidas, que entram em vigor na segunda-feira, foram anunciadas ontem pelo governo, um dia após o peso ter sofrido sua maior desvalorização desde 2002.

"O governo considera que o preço da divisa alcançou um nível de convergência aceitável para os objetivos da política econômica", disse o chefe de gabinete, Jorge Capitanich, durante o anúncio.

Desde o final de 2011, os argentinos sofrem restrições para comprar dólares, mas o governo nunca havia assumido um controle cambiário.

Ontem, o dólar oficial fechou a 8 pesos, depois que o banco central interveio vendendo US$ 160 milhões. E o paralelo encerrou o dia cotado a 12 pesos. Com o anúncio do governo, muitos cambistas não fizeram transações.

As preocupações com a economia argentina derrubaram grandes Bolsas emergentes, inclusive a argentina, que caiu 3,93%. Os mercados mexicano e brasileiro foram alguns dos que mais caíram.

O ministro da Economia, Axel Kicillof, que tomou posse em novembro, disse durante o anúncio da nova medida: "Os mesmos que nos disseram que durante dez anos o dólar valia 1 peso são os que hoje nos querem convencer de que vale 13. Tirem suas próprias conclusões".

O governo informou que, para a compra de dólar oficial como investimento, as pessoas físicas terão que pedir autorização à Afip (a Receita Federal local), de acordo com a renda declarada.

"Essa medida é uma piada. É necessário conter a queda das reservas e o governo deixará que faltem ainda mais dólares", disse à Folha Daniel Artana, da Fundação de Investigações Econômicas Latinoamericanas.

Para o economista Aldo Abram, da Fundação Liberdade e Progresso, a história mostra que a política de restrição cambial não funciona.

Segundo ele, há uma crise à frente e o governo está "apenas desacelerando o carro que vai rumo ao precipício".

Brasileiro em viagem à Argentina deve preferir usar dólar ou real
folha.com/no1402106


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