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Renegociar dívida ajuda a planejar o ano

Com inadimplência em alta, instituições estão mais dispostas a facilitar pagamento; serviço gratuito pode ser alternativa

Especialistas sugerem cautela com orientação paga; é preciso checar se advogado é cadastrado na OAB

ANDERSON FIGO DANIELLE BRANT DE SÃO PAULO

Depois que suas dívidas, inicialmente de R$ 25 mil, bateram os R$ 189 mil, o engenheiro elétrico Claudio Sylvestre Pires, 51, buscou ajuda especializada para renegociar o valor com o banco.

Na ABC (Associação Brasileira do Consumidor), ONG paulista de ajuda aos superendividados --que têm mais de 30% da renda mensal comprometida com o pagamento de prestações--, conseguiu auxílio para reduzir o valor para R$ 5.200, a serem pagos em dez vezes.

Em caso de dívida em atraso, a renegociação é sempre recomendada por consultores, mas ganha importância no primeiro trimestre, quando despesas com impostos e escola fazem os gastos serem até 35% maiores que nos demais trimestres.

Também é agora que o consumidor começa a planejar os gastos do ano todo.

A taxa de inadimplência das famílias para dívidas de consumo com atraso superior a 90 dias está em 6,7%, segundo dado mais recente do Banco Central, de novembro de 2013. O valor desconta os "recursos direcionados", como os do financiamento imobiliário, que têm inadimplência baixa, de cerca de 2%.

Fernando Cosenza, diretor de marketing da Boa Vista Serviços, empresa de informações financeiras, diz que, com a inadimplência alta, as instituições financeiras estão mais dispostas a negociar.

O primeiro passo para o endividado é fazer um diagnóstico dos débitos, identificando as modalidades --como cartão de crédito ou cheque especial-- e o juro cobrado.

O segundo passo é evitar novas dívidas. Em seguida, é hora de avaliar a renda.

"Tem de colocar no papel o salário líquido [descontados impostos e benefícios] mensal, subtrair os gastos básicos e ver quanto sobra. Não se deve comprometer mais de 30% do salário com prestações", afirma Marcelo Segredo, diretor da ABC.

Além de ONGs, há serviços de ajuda gratuitos, como o PAS (Programa de Apoio ao Superendividado) do Procon-SP.

"Temos contato direto com os credores, o que facilita a resolver a situação. Também damos palestras para que as pessoas voltem a ter uma vida financeira saudável depois de sair do vermelho", diz Vera Remedi, uma das organizadoras do PAS.

É possível ainda recorrer a advogados que cobram pelo serviço. A vantagem é que o tempo para a conclusão do caso pode ser mais curto --cerca de dez dias-- do que em atendimentos gratuitos (de ao menos dois meses).

Mas é preciso cuidado. "Há golpes em que se entra com uma ação judicial contestando a dívida, em vez de renegociá-la. Durante o processo, o nome do consumidor sai das listas de devedores, mas isso não quer dizer que a dívida foi cancelada", diz Anis Kfouri Jr., do escritório Kfouri e da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil).

Para evitar fraudes, deve-se checar se o advogado é habilitado na OAB e obter uma declaração por escrito com o valor pago para quitar a dívida. Após acordo, o consumidor tem direito de ter o nome retirado das listas de inadimplentes em até cinco dias úteis.


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