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Argentina limita investimento em dólar

Comprador deve ter renda mínima de cerca de R$ 2.100 e gastar no máximo 20% da renda, com teto de US$ 2.000

Compras, proibidas desde 2012, foram autorizadas na semana passada para reduzir pressão sobre inflação

LÍGIA MESQUITA DE BUENOS AIRES

A compra de dólares para investimento na Argentina será limitada a US$ 2.000 mensais por pessoa, informou ontem a Casa Rosada.

A permissão para a compra de dólares para aplicação financeira, que estava proibida desde 2012, foi dada na semana passada, depois que o peso teve a maior desvalorização em 12 anos.

O objetivo da medida é retirar pesos de circulação, diminuindo a pressão sobre a inflação, que ameaça sair do controle do país (o índice oficial ficou em 10,9% em 2013, e o não oficial, em 28,3%).

Os argentinos que quiserem comprar a moeda americana para poupar terão que comprovar uma renda mínima mensal de 7.200 pesos (US$ 900, ou R$ 2.155), o equivalente a dois salários mínimos, e estarem registrados na Afip, a Receita Federal do país.

Cerca de um quarto dos trabalhadores registrados no país, segundo a Afip, recebe essa quantia mensal.

Por mês, cada contribuinte poderá comprar o equivalente a 20% da média de sua renda líquida mensal nos últimos 12 meses --só leva em conta o salário.

Em cima de cada operação incidirá a cobrança de 20% de Imposto de Renda, a não ser que os dólares fiquem depositados em uma conta-poupança ou aplicados em renda fixa por até um ano.

Nesses dois casos, não haverá cobrança de imposto.

As compras de dólar oficial para investimento só poderão ser realizadas via transferência bancária ou pagamento com cheque.

A divulgação das regras para investir em dólar não impediu a alta da moeda nas casas de câmbio clandestinas ontem. O dólar paralelo, que na sexta ficara em 11,70 pesos, chegou a ser cotado a 12,25 e fechou em 12,15.

TURISMO RESTRITO

Embora houvesse anunciado na semana passada que o imposto de 35% sobre compras no exterior, passagens e pacotes turísticos seria reduzido para 20%, o governo argentino voltou atrás e manteve a alíquota mais alta.

Turistas argentinos que querem ir para o exterior também sofrem restrições para comprar dólares para viagens. É possível comprar no máximo US$ 104 por dia de viagem, ao câmbio turismo, que é mais alto que o oficial.

Para isso, o argentino precisa comprovar a viagem.

GOVERNO X BANCOS

Bancos e casas de câmbio oficiais não realizaram vendas de dólares como investimento ontem. Segundo eles, era preciso esperar as regras finais, divulgadas ontem, e adaptar o sistema para as operações.

A presidente Cristina Kirchner acusou ontem os bancos de estarem fazendo manobras especulativas, "com a cumplicidade de grupos econômicos, exportadores e importadores".

"Os bancos: somente através deles se pode fazer todas as manobras especulativas dos mercados", escreveu ela em sua conta no Twitter. "Parece que alguns querem nos fazer tomar sopa outra vez, mas agora com garfo. Quem? Os mesmos de sempre. Os que ficaram com suas economias em 2001 e que tivemos que pagar com o Boden 12 [Bônus do Estado Nacional]."

"Parece que alguns querem nos fazer tomar sopa outra vez, mas agora com garfo. Quem? Os mesmos de sempre. Os que ficaram com suas economias em 2001"
Cristina Kirchner
Presidente da Argentina, no Twitter


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