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Gastos do governo são recorde em 2013

Dados do Tesouro mostram despesas de R$ 914 bilhões, uma alta de 7,3% acima da inflação sobre o total de 2012

Valor atinge 19% do PIB, enquanto o peso dos investimentos federais caiu de 1,4%, em 2012, para 1,3%

GUSTAVO PATU DE BRASÍLIA

Os gastos do governo federal atingiram um recorde histórico no ano passado, mas os investimentos, anunciados como prioridade da administração de Dilma Rousseff, ficaram estagnados.

Segundo os dados divulgados ontem pelo Tesouro Nacional, as despesas somaram R$ 914 bilhões, uma alta de 7,3% acima da inflação sobre o montante de 2012.

Já os investimentos --obras de infraestrutura e aquisição de equipamentos destinados a elevar a oferta nacional de bens e serviços-- cresceram apenas 0,5% na mesma base de comparação e ficaram em R$ 63,2 bilhões.

Em outra maneira de ilustrar o contraste, a despesa da União atingiu pela primeira vez o patamar de 19% do PIB, enquanto o peso dos investimentos federais na economia caiu de 1,4% para 1,3%.

A escalada dos gastos foi puxada pelos programas sociais, especialmente os de transferência direta de renda às famílias. Em boa parte, a expansão decorreu mais de falta de controle do que da vontade do Poder Executivo.

O deficit da Previdência chegou a R$ 49,9 bilhões (o Orçamento previa R$ 33,2 bilhões); as despesas com seguro-desemprego também estouraram as previsões, apesar do momento favorável do mercado de trabalho.

META CUMPRIDA

As receitas do ano superaram em R$ 77,1 bilhões os gastos com pessoal, custeio administrativo, programas sociais e investimentos.

Pela metodologia do BC, foram R$ 75,1 bilhões.

No papel, o saldo do ano passado foi o menor desde 2009, quando a administração petista começou a relaxar o aperto fiscal na tentativa de estimular a economia.

A comparação, no entanto, pode ser enganosa em razão de manobras contábeis adotadas no período. Sem os truques, o superavit de 2010, por exemplo, cai de R$ 78,8 bilhões para R$ 35,8 bilhões.

A meta de R$ 73 bilhões fixada em julho para a poupança do governo federal no ano foi cumprida, graças a uma arrecadação extra de última hora e ao adiamento de desembolsos no final do ano.

O caixa foi reforçado pela reabertura do programa que dá desconto de multas e juros para tributos em atraso ou questionados na Justiça.

E, como já havia feito no ano anterior, o Tesouro deixou para janeiro gastos programados para dezembro.

A área econômica argumenta que, a despeito da expansão das despesas e da queda da poupança, a dívida pública se mantém estável ou até em queda como proporção da economia do Brasil.

Mas o padrão de gastos do governo, concentrado em consumo e fraco em investimento, tem alimentado a inflação: a demanda por bens e serviços se mantém acima da capacidade de produção das empresas do país.

2014

Ao divulgar os números, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, evitou se comprometer com metas para este ano --existe no mercado a expectativa de um aperto maior nas contas, em razão da crescente desconfiança global em relação à solidez das economias emergentes.

Os objetivos da política fiscal, disse, só serão conhecidos com a tradicional divulgação da programação orçamentária, em fevereiro. Até o início do governo Dilma, a fixação das metas precedia o anúncio dessa programação.


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