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EUA tentam adiar entrada de carne brasileira no país

Senadores buscam postergar liberação ao pedir maior período de consulta

Além da exportação aos americanos, liberação pode abrir portas para o produto brasileiro em outros países

ISABEL FLECK DE NOVA YORK

Senadores republicanos e democratas se uniram em um esforço para tentar postergar ao máximo a abertura do mercado americano para a carne bovina brasileira.

Oito parlamentares de seis Estados --entre eles, grandes regiões com forte presença pecuarista, como Montana, Kansas e Wyoming-- enviaram uma carta ao secretário de Agricultura, Thomas Vilsack, pedindo o adiamento, por mais 60 dias, do período de consulta pública da proposta previsto para terminar em 21 de fevereiro.

Diante da ofensiva dos senadores, a Coalizão Industrial Brasileira (BIC, na sigla em inglês), grupo que representa os interesses da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne) em Washington, já começou a mobilizar parlamentares favoráveis à importação da carne brasileira.

"São congressistas de Estados que geralmente importam e geram empregos com a atividade. Estamos pedindo que se manifestem a favor, porque isso movimenta a economia de seus Estados", disse a diretora-executiva da BIC, Célia Feldpausch.

Para os senadores contrários à importação, liberar a carne in natura do Brasil tem implicações sobre "o comércio, a segurança alimentar e a saúde do rebanho americano". Devido a restrições sanitárias, o Brasil só vende carne industrializada aos EUA.

"Estamos preocupados, particularmente, com o possível risco de que a febre aftosa seja trazida aos EUA como resultado da importação de carne in natura brasileira", diz o texto.

Mas o Serviço de Inspeção de Saúde Animal e Vegetal (Aphis, na sigla em inglês), do Departamento de Agricultura dos EUA, anunciou, em dezembro, ter concluído que o Brasil tem infraestrutura para "detectar e, se necessário, erradicar efetivamente casos de febre aftosa".

Com essa conclusão, a expectativa dos empresários brasileiros passou a ser de que a liberação entre em vigor até o meio do ano.

Consultada pela reportagem, a assessoria do senador republicano John Barrasso, do Wyoming, um dos signatários da carta, disse que ele "não está em desacordo com o Aphis, mas expressa preocupação com os riscos associados à febre aftosa".

Após terminado o período de consulta sobre a proposta regulamentar, o Departamento de Agricultura tem o poder de emitir a decisão final sobre a liberação.

Os EUA importam 1,02 milhão de toneladas de carne bovina anuais. Ao ser aprovada a importação da carne brasileira, o Brasil entraria numa cota para "outros países", que é limitada em 65 mil toneladas por ano.

"É muito pouco comparado com o que eles importam, mas é um começo. E o reconhecimento americano abre portas do México e do Canadá", diz o diretor-executivo da Abiec, Fernando Sampaio.


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