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Milionário chinês diz que não desiste de ter jornal nos EUA

Empresário de 45 anos que ofereceu US$ 1 bilhão pelo "New York Times" afirma que quer propagar a 'verdadeira energia' da China

MARCELO NINIO DE PEQUIM

Ele começou a fazer negócios aos nove anos, já vendeu ar enlatado, ganhou fama como um mestre da autopromoção e, aos 45 anos, é dono de uma fortuna estimada em mais de US$ 800 milhões.

Mas o que catapultou o empresário chinês Chen Guangbiao para o noticiário internacional foi o anúncio bombástico de que planejava comprar o "New York Times".

Dono de uma empresa de reciclagem de material de construção, Chen viajou a Nova York disposto a oferecer US$ 1 bilhão para fechar negócio, com a ajuda de um investidor de Hong Kong.

Nem sequer foi recebido pelos donos do jornal. Partiu para o "Wall Street Journal", onde novamente recebeu um não como resposta.

O fracasso não o desanimou, tampouco a zombaria que sofreu nas redes sociais.

Em entrevista à Folha, ele disse que continua determinado a comprar um veículo de mídia dos EUA e agora mira um site de notícias.

"A mídia ocidental não é objetiva em sua cobertura da China", queixa-se o empresário. "Eu queria comprar o New York Times' para propagar a energia positiva da China no mundo."

Para alguém conhecido como um exibicionista incorrigível, Chen surpreende pela simplicidade e o sorriso sem jeito com que se apresenta.

A primeira impressão dura pouco --até ele entregar o cartão de visitas, onde estão destacados dez títulos que exaltam suas facetas.

"Pessoa mais influente da China", "Mais conhecido e amado exemplo da China", e "Mais carismático filantropo da China", são alguns.

Chen garante que os títulos não são fruto de seu ego inflado, mas do reconhecimento pelo governo da China por suas ações filantrópicas. Ele diz ter mais de 4.000 menções honrosas, "um recorde mundial".

INFÂNCIA POBRE

Nascido numa área rural da província de Jiangsu, Chen conta que sua família era tão pobre que dois irmãos morreram de fome. A necessidade despertou nele um empreendedor.

"Aos nove anos, tirava água do poço e vendia nas ruas. Aos 11 passei a revender cereais. Aos 15 eu já tinha um caminhão e dois funcionários." Atualmente, com US$ 810 milhões, é a 372º pessoa mais rica da China, segundo uma revista especializada.

Chen ficou conhecido na China quando, após o terremoto que devastou a província de Sichuan, em 2008, resgatou 13 pessoas.

Logo viriam ações de marketing e filantropia. Entre tantas outras, vendeu latas de "ar puro" aos moradores da poluída Pequim e destruiu sua Mercedes nova para convencer os chineses a usar menos carros.

Acima de tudo, ele se vê como um exemplo. E dá sua receita de sucesso aos jovens.

"Eles devem aprender com uma pessoa e um animal. A pessoa sou eu, porque não temo as dificuldades e nunca desisto dos objetivos. O animal é o camelo, que mesmo sem água e comida continua seu caminho no deserto."


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