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EUA desapontam, e investidor perde bússola

Com economia americana pisando no freio, apostas do mercado não se concretizam

DO "FINANCIAL TIMES"

No começo deste ano, o consenso entre os investidores era fugir dos títulos de longo prazo de governos, vender o iene (a moeda japonesa), ter ações de países desenvolvidos e priorizar as de emergentes com histórias promissoras de reformas como as do México.

Essa combinação era vista como uma forma de lucrar com a melhora da economia neste ano. Este cenário, no entanto, logo virou pó.

O que tem se visto é uma venda indiscriminada de ações de mercados emergentes, com os papéis no Japão, nos EUA e, em menor grau, na Europa sendo castigados.

Já os títulos dos governos americano, alemão e britânico subiram de valor.

"O consenso dos negócios previa que a economia americana iria se acelerar consideravelmente neste ano", disse Russ Koesterich, estrategista-chefe de investimento do fundo BlackRock.

"E, apesar de não vermos sinais de desaceleração, também não notamos o crescimento esperado."

O resultado é que quem apostou nas ações e fugiu dos títulos soberanos agora está no prejuízo. Enquanto os papéis de longo prazo estão subindo mais de 5% no ano, o índice S&P 500, da Bolsa de Nova York, caiu cerca de 4%.

O perigo para os investidores é que, uma vez mais, a economia norte-americana esteja em um período fraco, um dos traços da recuperação iniciada em 2009, com os momentos de aceleração não durando muito tempo.

A criação de 113 mil empregos em janeiro seria mais um desses sinais de fraqueza, ainda que alguns analistas creditem o resultado decepcionante ao inverno severo.

Para Mike Amey, do fundo Pimco (um dos maiores do mundo), o crescimento da economia será razoável neste, mas "nada fantástico".

Neste cenário, os investidores ficam aguardando novos dados econômicos e a tendência dos mercados é andar de lado ou afundar mais.

Devan Kaloo, chefe de mercados emergentes da Aberdeen Asset Management, afirma que os investidores estavam sendo enganados pelos estímulos dos EUA (iniciados no fim de 2012 e que agora começam a ser desmontados) e que o forte avanço dos mercados de ações em 2013 poderá desaparecer se o crescimento não se acelerar.

Sem os US$ 85 bilhões que o Fed (BC dos EUA) "despejava" mensalmente --agora são US$ 65 bilhões--, os mercados caminham para padrão mais normal de comportamento.

Ou seja, sem a liquidez do Fed amortecendo juros e volatilidade das ações, os investimentos terão de partir para caminhos alternativos, e não para uma só direção.

"Neste ano, veremos onda de volatilidade, à medida que o Fed reduz os estímulos", diz Amey, da Pimco. "Mas não acredito que alguma delas seja forte o suficiente para tirar o mundo do prumo."


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