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Piora do comércio sinaliza PIB mais fraco

Setor cresce 4,3% em 2013, menor percentual em dez anos; vendas caem em dezembro e sinalizam freio no consumo

Inflação mais alta e crédito mais caro são fatores que influem para alta mais tímida das vendas no varejo

PEDRO SOARES DO RIO

O comércio teve, em 2013, seu pior desempenho em dez anos e as vendas recuaram em dezembro, após nove meses em alta. Os resultados acenderam uma luz amarela e indicaram uma freada do consumo e um PIB mais fraco no último trimestre de 2013, cenário, que, segundo analistas, pode se repetir no início de 2014.

Como pano de fundo dessa deterioração estão inflação mais alta, juros maiores, crédito mais caro e restrito e endividamento em patamar elevado dos consumidores.

Sob essa conjuntura, o comércio cresceu 4,3% no ano passado, mais fraco resultado desde o tombo de 3,7% de 2003 (ano em que o país vivia uma recessão). Em 2012, o varejo havia avançado 8,4%.

Em dezembro, as vendas inverteram uma tendência positiva vista desde março e caíram 0,2% --o mercado previa alta em torno de 0,5%.

Para os economistas do Bradesco, o recuo em dezembro "surpreendeu negativamente" e sinaliza "alguma moderação do consumo das famílias no início deste ano", o que deve repercutir no PIB.

O consumo corresponde a 60% do PIB. Se vai mal, tende a puxar a economia como um todo para baixo. Ao longo de 2013, o indicador já havia mostrado desaceleração e é um dos fatores do fraco crescimento econômico esperado para 2013.

Boa parte desse esfriamento do consumo se deve ao aumentos dos preços, ao lado da desaceleração do renda do trabalhador. Essa combinação abateu o setor de supermercados, alimentos e bebidas, o de maior peso do varejo. Sua expansão de 1,9% em 2013 foi o desempenho mais modesto desde 2003.

Aleciana Gusmão, técnica do IBGE, diz que emprego e rendimento cresceram menos em 2013, embora o mercado de trabalho tenha se mantido aquecido.

Com tal cenário, menos dinheiro foi injetado na economia por meio da soma dos salários dos trabalhadores (a chamada massa salarial), o que afeta mais intensamente os supermercados. O setor é menos dependente de outros estímulos, como o crédito.

CÂMBIO

Segundo a LCA, outro fator que inibiu as vendas, sobretudo no segundo semestre, foi a alta do dólar, que fez subir o preço de alguns alimentos e eletroeletrônico. O ramo de informática viu suas vendas caírem 12,6% em dezembro diante dos preços maiores.

Para Fabio Bentes, economista da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens), o arrefecimento do crédito e o câmbio foram preponderantes para a perda de ritmo do comércio em 2013.

Ele vê, porém, uma reação em 2014 graças à inflação mais baixa e à redução da inadimplência --o que abre espaço para o consumidor se endividar e comprar mais.

A CNC prevê uma expansão de 5,9% do comércio neste ano. Menos otimista, a LCA projeta alta de 4%, limitada pela alta do dólar, além do fim do IPI reduzido para eletrodomésticos.


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