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'Apaguinhos' quadruplicaram em janeiro

Foram 12 quedas de energia ante 3 em igual período do ano passado, segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura

Pesquisador diz que causas são preço menor, alta no consumo, calor excessivo e transmissão sobrecarregada

OSNI ALVES DO RIO

O país teve 12 blecautes em janeiro, ante apenas 3 em igual período do ano passado, segundo o CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura).

Neste mês de fevereiro já foram três, dos quais um de 5.019 megawatts que deixou 13 Estados e o Distrito Federal sem luz no dia 4. Os outros dois foram "apaguinhos", sendo um de dez minutos na região oeste do Paraná, no dia 7, e outro na Grande Vitória e na região norte do Espírito Santo, no dia 11.

Neste começo de 2014, o número de interrupções de energia já chega a quase um terço das 48 ocorridas em 2013, segundo o CBIE.

O balanço oficial só será divulgado em março pela Aneel. O recorde é de 2009, quando foram registradas 241 quedas.

Diretor do CBIE, Adriano Pires diz que não existe diferença entre apagão e apaguinho. "Criamos a expressão para confrontar o governo quando este afirmava que uma queda de dez minutos em uma determinada região do país não era apagão. Então era o quê?", questiona.

Segundo ele, o termo "apaguinho" se espalhou.

ALTERNATIVA A GÁS

Para Adriano Pires, a política energética do governo vigente peca pela falta de planejamento e a geração de energia a gás seria uma das soluções de curto prazo para o problema dos blecautes.

Professor de engenharia elétrica da PUC-Rio, Marco Aurélio Pacheco destaca que quatro fatores têm relação direta com os blecautes: "Linhas de transmissão sobrecarregadas, barateamento da energia, crescimento do consumo e o calor excessivo".

"Esses fatores provocam um forte estresse nas linhas de transmissão que operam no limite. É como um automóvel que, mesmo novo, pode ferver em um engarrafamento", diz, acrescentando que são 100 mil quilômetros de linhas no país, o que torna complexa a manutenção.

"As linhas também não estão qualificadas para o estresse que sofrem", disse.

A redução das tarifas contribuiu para o agravamento do quadro, em sua avaliação. O custo do produto caiu em média 16,2% para o consumidor e 28% para a indústria.

"Esse barateamento deixou as empresas distribuidoras sem recursos em caixa. Para piorar, o preço da energia no mercado livre é quatro vezes maior", disse, em menção ao megawatt-hora, que custa R$ 800.

No mercado livre, o preço é estabelecido entre clientes e distribuidoras.

Como o nível de águas nos reservatórios está baixo, o preço dispara.


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