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Verão Recorde

Calor faz indústria suar para elevar ganho

Mesmo com hora extra e ampliação de produção, fabricantes de produtos sazonais não dão conta de demanda

Ainda assim, verão com temperaturas recordes aquece as vendas de ventiladores, cerveja, água mineral e sorvete

MARIANA BARBOSA INGRID FAGUNDEZ DE SÃO PAULO

O calor recorde do início do ano --janeiro mais quente em 71 anos em São Paulo, 30 no Rio e quase 100 em Porto Alegre-- transformou o que seria um início de ano morno em grandes oportunidades, sobretudo para fabricantes de produtos sazonais.

Mas a indústria foi pega de surpresa e só quem tinha algum esquema de emergência conseguiu aproveitar o aumento de demanda.

O setor cervejeiro, por exemplo, que movimenta mais de R$ 60 bilhões/ano, entrou em 2014 com o pé no freio, reflexo do ano anterior, com a primeira queda na produção após seis anos de alta.

Em janeiro, a produção recuou 2,5% ante igual mês de 2013, quando o setor estava abastecido para o Carnaval. "Janeiro foi um mês bom para a indústria, mas não surpreendente", diz Paulo Petroni, diretor da CervBrasil, que reúne os principais fabricantes. "Não fosse pelo calor intenso, teria sido pior."

A expectativa é que a produção se recupere neste mês, devido ao Carnaval e com a manutenção das altas temperaturas. "Esperamos fechar o primeiro trimestre com números próximos aos de 2012, que foram recorde."

ÁGUA

Já os fabricantes de água conseguiram atender os pedidos extras com o esquema que prepararam para a demanda da Copa. O desempenho de janeiro elevou de 20% para 30% a previsão de expansão de vendas no ano.

"Até 45% de alta tudo bem. Se for mais do que isso, poderá ser o caos. Faltarão embalagem e caminhão para transporte", diz Carlos Lancia, presidente da Abinam (Associação Brasileira da Indústria de Água Mineral).

Mas o setor já estuda um plano para evitar desabastecimento se houver racionamento em São Paulo: alterar a distribuição de algumas marcas.

A medida restringiria a variedade de marcas, mas, segundo Lancia, seria uma forma de garantir que não faltará produto nas gôndolas.

Na Eletros (associação dos fabricantes nacionais de eletroeletrônicos), tem gente rezando para uma trégua no calor para dar um respiro na produção de ventiladores.

"Podia chover dois dias e depois voltar a fazer calor", brinca o presidente da Eletros, Lourival Kiçula.

Na linha de produção de ventiladores da Qualitas, em Itapira (SP), o volume de horas extras cresceu 40% e ainda assim o empresário Paulo Stivalli não consegue atender todos os pedidos.

"Cheguei ao meu limite e estou com dificuldade para obter componentes", diz o empresário, que estima vender neste verão o que havia planejado para o ano inteiro. "É uma tristeza deixar de aproveitar a oportunidade, mas não há mais capacidade."

O setor concorre com importados chineses, mas o calor repentino serviu de barreira. "O que tinha de produto chinês acabou em dezembro. De lá para cá, o mercado está sendo suprido pelo produto nacional", diz Stivalli.

Na Zona Franca de Manaus, as fábricas de ar-condicionado operam na capacidade máxima e com estoques zerados. "Não existe possibilidade de um lojista fazer pedido hoje e receber antes de março ou abril", diz Mauro Apor, vice-presidente da Abrava, que reúne fabricantes de ar-condicionado.


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