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Custo em alta e investimento em baixa empacam estradas federais

No atual ritmo de obras, seriam necessários 50 anos para asfaltar 54.000 km das rodovias de terra

Dnit investe 8% menos em 2013, segundo ano seguido de queda; alta nas despesas com construção também pesa

DIMMI AMORA DE BRASÍLIA

Custos em alta e baixo volume de investimentos do governo. A combinação faz com que o país avance lentamente na expansão das rodovias federais. Nos últimos três anos, a malha brasileira cresceu, em média, apenas mil quilômetros por ano.

Nesse ritmo, seriam necessários mais de 50 anos para asfaltar os 54 mil quilômetros de estradas de terra da malha federal.

No ano passado, o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) investiu 8% menos do que havia aplicado em 2012, segundo dados do Siafi, o sistema de acompanhamento da execução orçamentária do governo federal.

Foi o segundo ano consecutivo em que o órgão, principal "gastador" do Ministério dos Transportes, pagou valores inferiores aos do ano anterior. O valor total despendido foi de R$ 8,7 bilhões em 2013.

O Dnit atribui a queda nos investimentos à reformulação do órgão e a uma greve de servidores em 2013 (leia texto nesta página).

Além da queda no gasto, há o aumento dos custos de construção, que crescem em ritmo superior ao da inflação. Entre 2010 e 2013, os principais tipos de gasto do Dnit ficaram, em média, 21% mais altos. A inflação, nesse período, foi de 19%.

Em alguns casos, como na duplicação de estradas, o custo médio da obra para o Dnit teve alta de 34%.

Assim, como o dinheiro investido diminuiu e o custo médio das obras aumentou, há uma redução no ritmo de execução das obras.

O resultado prático é que não são construídas novas rodovias no ritmo necessário para acompanhar o crescimento do fluxo de carros.

Além disso, as estradas existentes recebem menos investimento em manutenção e ficam piores.

Segundo a CNT (Confederação Nacional do Transporte), a cada três anos, 10 milhões de novos veículos são emplacados no país.

RITMO LENTO

A duplicação de rodovias já asfaltadas nos últimos dois anos atingiu a marca mé- dia de 150 quilômetros anuais, mesmo considerando trechos concedidos à iniciativa privada.

Nessa velocidade, para sair dos atuais 5.400 quilômetros duplicados e chegar a 10 mil quilômetros, seria necessário um quarto de século.

DEMANDA

Segundo Bruno Batista, diretor-executivo da CNT, o país precisa construir até o fim da década 12 mil quilômetros de novas estradas e duplicar outros 15 mil quilômetros.

O custo estimado des- sas obras seria em torno de R$ 350 bilhões. Para Batista, trata-se de montante que os governos não se mostram capazes de gerenciar.

Ele lembra ainda que, nos últimos anos, foi investido em média apenas 0,3% do PIB (Produto Interno Bruto) em estradas, valor que chegou a 4% na década de 1970.

"Se não houver alteração forte em termos de investimento de infraestrutura, possivelmente a competitividade nacional e o aumento do PIB vão permanecer estrangulados", disse o diretor-executivo da CNT.


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