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Bancos investem em tecnologia para caixas
Brasil é 9º do mundo em número de terminais, mas falta modernização
Maiores bancos do país confirmam interesse em sistema alemão de 'depósitos inteligentes' em caixas eletrônicos
Apesar de estar entre os países com o maior número de caixas eletrônicos do mundo, o Brasil ainda precisa avançar na tecnologia desses terminais, afirmam consultores do setor.
Levantamento do Banco Mundial mostra que o país ocupava, em 2012, a nona colocação em ranking global de número de caixas eletrônicos, com 118,60 unidades para cada 100 mil adultos. O líder era o Canadá, com 204,77 caixas eletrônicos para cada 100 mil adultos. Foram considerados 169 países e regiões administrativas, sem os EUA.
De acordo com consultores, o que atrasa a modernização dos equipamentos no Brasil é o custo elevado das novas tecnologias e de sua implantação.
Ainda em 2014, entrarão no mercado brasileiro caixas com "depósitos inteligentes".
Eles permitem ao consumidor depositar, de uma só vez, dinheiro e cheque sem envelopes e sem a chamada "reciclagem", sistema em que há o reaproveitamento dos valores por outros clientes e que já existe em algumas cidades.
De acordo com consultores, a "reciclagem do dinheiro" exige uma reforma muito maior para o banco do que simplesmente substituir os caixas eletrônicos, pois requer controle individual de cada equipamento para saber quanto dinheiro entrou e quanto saiu.
Alguns caixas recebem muitos depósitos e poucos saques, outros têm muitos saques e poucos depósitos. Nesses casos, não há um balanceamento entre a entrada e a saída de dinheiro, o que obriga o banco a manter um reabastecimento periódico, como é feito nos caixas atuais.
Para o consumidor, a vantagem do "depósito inteligente" é que se perde menos tempo para fazer a operação e o dinheiro entra na conta em poucos minutos.
A Folha apurou que pelo menos um dos cinco maiores bancos brasileiros já fez o pedido de aquisição ao fabricante de caixas com o novo sistema, que devem estar nas agências até o fim deste ano.
Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco e Bradesco informaram que estudam investir nessa tecnologia.
O Banco do Brasil disse que a previsão é que até o fim do ano seja publicado edital para a aquisição das primeiras unidades, com distribuição para alguns pontos de atendimento no primeiro semestre de 2015. O Santander afirmou apenas que está atento às oportunidades.
DEMANDA
Para Inon Neves, responsável pelas operações da Wincor Nixdorf no Brasil, empresa alemã fabricante de caixas eletrônicos, o "depósito inteligente" é uma realidade em alguns países e deve agradar aos brasileiros.
Entre os principais clientes da Wincor no Brasil estão Santander, HSBC e Bradesco.
Hoje, os depósitos representam um custo adicional de tempo e dinheiro às instituições financeiras. Isso porque um funcionário da agência tem de ir ao caixa no fim do dia, retirar os envelopes e, manualmente, conferir os valores e validá-los.