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Família Bertin vende fatia do JBS para irmãos Batista

Valor da transação é mantido em sigilo; acordo termina ação na Justiça

Fusão de Friboi e Bertin aconteceu em setembro de 2009 e contou com investimento do BNDES para realizar operação

RAQUEL LANDIM DE SÃO PAULO

A família Bertin acertou a venda de sua participação no JBS, a maior empresa de proteína animal do mundo, para os irmãos Batista.

O JBS foi criado a partir da fusão dos frigoríficos Bertin e Friboi, que pertencia aos Batista.

O valor da transação está sendo mantido em sigilo pelas partes, mas, conforme a Folha apurou, os Bertin estão saindo da holding controladora.

O negócio já está fechado, mas ainda não foi efetivado.

As duas famílias eram sócias na FB Participações, que detém 41,43% das ações do JBS. Batista e Bertin tinham fatias praticamente equivalentes na holding, embora os irmãos Batista administrassem a companhia.

Com a venda das ações, os Bertin já retiraram da Justiça o processo que moviam contra os Batista.

Eles chegaram a acusar os ex-sócios de "desviar" parte de suas ações para uma empresa com sede nos Estados Unidos e de "falsificar" assinaturas, como noticiou a Folha no ano passado.

Segundo apurou a reportagem, os Batista e os Bertin encerraram a sociedade de forma amistosa, apesar das pendências judiciais.

ESTRATÉGICO

A aquisição do Bertin foi a principal tacada da família Batista para formar o conglomerado que comanda hoje, que engloba também o banco Original, a empresa de cosméticos Flora e a fabricante de celulose Eldorado.

Em setembro de 2009, os Batista fundiram Friboi e Bertin ao mesmo tempo em que compraram a americana Pilgrim. Para fazer a operação, receberam um investimento de R$ 3,5 bilhões do BNDES.

O Bertin estava numa situação delicada, com cerca de R$ 6 bilhões em dívidas com bancos públicos e privados. As dívidas foram alongadas para permitir que a família Batista entrasse no negócio.

No total, o BNDES já investiu mais de R$ 8 bilhões no JBS e é hoje o segundo maior acionista do frigorífico, com 24,6% das ações. Em seguida vem a Caixa Econômica Federal, com 10%.

Neste ano, os papéis do JBS na Bolsa recuaram 9,4%.

A previsão é que apenas o frigorífico JBS, carro-chefe do grupo dos Batista, tenha fechado o ano passado com receita de R$ 100 bilhões (foram R$ 76 bilhões em 2012). Na época da fusão, as vendas das empresas combinadas estavam em R$ 60 bilhões.

INFRAESTRUTURA

Depois que saíram do dia a dia do frigorífico, os Bertin diversificaram seus negócios para as áreas de energia e concessões rodoviárias, mas enfrentaram percalços.

Desistiram de uma participação acionária na hidrelétrica de Belo Monte (Pará) e venderam cerca de 15 usinas termelétricas para levantar recursos.

Hoje o principal negócio do grupo é a SPMar, que administra cinco concessões de rodovias, opera o trecho sul do Rodoanel de São Paulo e constrói o trecho leste.

A SPMar está sob pressão para acelerar as obras do trecho leste.

Procurados, JBS e Bertin não se manifestaram.


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