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Mercado elogia anúncio, mas pede ação

Dólar e juros futuros caem após divulgação de menos despesas; analistas estão cautelosos sobre resultados

Agências de risco Moody's e Fitch consideram que meta anunciada pelo governo reduz as preocupações

MARIANA CARNEIRO ANDERSON FIGO DE SÃO PAULO

Investidores e analistas receberam bem o anúncio do congelamento de despesas que o governo pretende fazer neste ano. A avaliação é que se trata de um objetivo que pode ser alcançado. Mas afirmam que, além da promessa, a meta precisa ser cumprida e será monitorada mês a mês.

Com a leitura inicial positiva, o dólar à vista caiu 1,1% ontem, negociado a R$ 2,37, menor valor em um mês --o real foi a moeda que mais se valorizou ante o dólar, entre 24 divisas de países emergentes. As taxas de juros que incidem sobre os títulos do governo com vencimento futuro também recuaram.

"O mercado deu um voto de confiança ao governo, o importante agora será a execução mensal", disse Tony Volpon, da corretora Nomura, para quem será difícil o governo atingir a economia almejada.

Vagner Alves, da gestora americana Franklin Templeton, observou que os analistas ficarão atentos sobretudo ao desempenho das despesas, pois o governo admitiu que não conta com tantas receitas extras em 2014, como em 2013.

A principal fonte de preocupação é a indefinição dos gastos com eletricidade, pressionados pela falta de chuvas.

AGÊNCIAS DE RISCO

O anúncio dissipa, por ora, a revisão da nota do país pelas agências de classificação de risco. O congelamento era um dos fatores em análise do eventual rebaixamento.

Isso contribuiu para a baixa do dólar e dos juros ontem, mas não foi capaz de gerar ganhos expressivos na Bolsa (que subiu 0,29%, aos 47.288 pontos), em razão da perspectiva de crescimento econômico fraco (ver box ao lado).

As agências de classificação de risco Moody's e Fitch, cujas notas dadas aos países influenciam as decisões dos investidores, emitiram comunicados no mesmo tom: o anúncio é positivo, mas é preciso resultados concretos.

Mauro Leos, analista da Moody's para o Brasil, afirmou que o anúncio diminui preocupações do mercado, mas ponderou que "neste momento estamos mais focados no resultado final".

Na sua avaliação, o esforço fiscal pretendido pode evitar a deterioração da dívida brasileira, mas não sugere melhora em relação a 2013.

Shelly Shetty, da Fitch, afirmou que o contingenciamento "é um passo na direção correta". Segundo ela, "indica que o governo está disposto a fazer algum ajuste fiscal em meio ao ciclo eleitoral".

Shetty disse que pretende monitorar o esforço feito pelo governo para julgar se o corte de gastos será suficiente diante de projeções de crescimento menor. O menor dinamismo da economia deprime a arrecadação do governo.

Menos gastos públicos --e um menor crescimento-- contribuem na tarefa do Banco Central de conter o consumo e frear a inflação. Com isso, aumentaram as apostas de que o BC deve subir menos a Selic (hoje em 10,5% ao ano), na próxima semana.


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