Folha de S.Paulo

Menor procura leva desemprego a 4,8%

PEDRO SOARES DO RIO

Com uma menor força de trabalho e a procura reduzida por uma nova colocação, a taxa de desemprego caiu, em janeiro, para o menor nível desde 2003 para tal mês do ano, atingindo 4,8%.

Em dezembro, o percentual havia sido de 4,3%. Em janeiro de 2013, ficara em 5,4%, segundo o IBGE.

Tradicionalmente, a taxa sobe em janeiro por causa da demissão de trabalhadores temporários, que passam a procurar trabalho.

Neste ano, no entanto, com a economia patinando, muitas pessoas aguardam para se lançar de volta ao mercado de trabalho.

Um sinal disso é a redução da chamada PEA (População Economicamente Ativa), indicador que agrupa empregados e desempregados em busca de uma vaga.

O índice, também conhecido como força de trabalho, caiu 0,5% na comparação com dezembro e 0,8% sobre janeiro de 2013.

O Bradesco diz, em relatório, que o baixo patamar da taxa de desemprego nos últimos meses é reflexo da retração da força de trabalho.

Ou seja, há menos pessoas a procura de um emprego e, portanto, menor pressão no mercado de trabalho. Por isso, dizem os economistas do banco, "a taxa de desemprego permanece em patamar historicamente baixo".

Eles ressaltam, no entanto, que a queda do contingente de pessoas na força de trabalho (ou ocupados ou procurando emprego) está "aquém do sugerido pela demografia e pela resposta ao ciclo econômico".

A consultoria LCA também ressalta que a procura menor assegura um recuo da taxa de desemprego, mas nota que a taxa não tem crescido, apesar da piora de indicadores que influenciam o negativamente o mercado de trabalho, como juros elevados, consumo em desaceleração, crédito restrito e mais caro e confiança empresarial reduzida.

Para este ano, o receio é que o emprego não se sustente, mas que o rendimento, se mantenha em alta, apesar de já apontar uma desaceleração. Em janeiro, o rendimento subiu 3,6% frente a janeiro de 2013. Teve, porém, alta modesta de 0,2% na comparação com dezembro.