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Ex-número 2 da Fazenda, Nelson Barbosa faz visitas a gestores, analistas e investidores e fala sobre a economia em eventual 2º mandato de Dilma Rousseff

ÉRICA FRAGA MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO

O economista Nelson Barbosa se tornou uma figura requisitada pelo mercado financeiro após sua saída do governo, em junho de 2013.

O ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda percorreu os principais bancos e gestoras de investimentos do país no fim do ano passado.

A Folha apurou que parte da turnê foi patrocinada por uma grande corretora, que contratou Barbosa para fazer apresentações e responder a perguntas de executivos de mais de uma dezena de casas financeiras de São Paulo e do Rio de Janeiro em novembro.

Outras conversas ocorreram por convite direto de grandes bancos ao economista, que hoje é professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), em São Paulo.

Antes desses bate-papos, Barbosa palestrou no centro de pesquisas americano Woodrow Wilson Center, que reúne lideranças do mercado financeiro dos EUA. E, em novembro, fez uma apresentação na Casa das Garças, instituto de estudos de orientação liberal que reúne economistas ligados ao PSDB.

Em salas sempre cheias, investidores, analistas e gestores de recursos buscavam pistas sobre como "pensa e decide" o governo. São recorrentes as queixas sobre a imprevisibilidade da gestão Dilma Rousseff.

"Ele é um consultor econômico e político atualizado e informado", disse um economista que esteve com Barbosa em um desses encontros.

O executivo, assim como os demais entrevistados pela Folha, pediu que seu nome fosse mantido em sigilo. "Ele tem trânsito tanto com a presidente Dilma quanto com Lula e uma boa articulação no PT."

SEGUNDO MANDATO

O interesse tem sido motivado principalmente pela inquietude sobre os rumos da política econômica caso Dilma Rousseff seja reeleita. "Ele pensa de forma parecida com eles [equipe econômica do governo]", justificou o sócio de uma gestora de recursos em que houve um desses encontros.

O mercado financeiro, que vive de especulação, considera Barbosa um forte candidato a ocupar o posto de ministro da Fazenda num eventual segundo mandato de Dilma.

Ele disputa com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, as apostas do mercado para o cargo.

Embora tenha feito parte do governo há até pouco tempo, o economista assumiu nesses encontros um discurso crítico aos desacertos da equipe econômica na área fiscal, narraram interlocutores.

Os ouvintes atentaram, principalmente, à ideia que o economista tem defendido sobre a necessidade de aumentar a previsibilidade da política econômica com a adoção, por exemplo, de metas fiscais plurianuais, que possam oscilar dentro de um intervalo de tolerância.

Procurado pela Folha, Barbosa confirmou as conversas.

Encontros como esses são comuns no mercado e, além de informar, servem para as casas demonstrarem prestígio perante clientes e rivais.

Barbosa atribui a curiosidade por ele não se identificar nem com economistas liberais conhecidos --como Armínio Fraga e Edmar Bacha-- nem com a equipe do governo.

Na sua opinião, o que preocupa o mercado é saber se haverá reorientações. "Há várias oportunidades fervilhando, mas fica a dúvida: não se sabe se haverá alguma mexida, alguma reorientação; se o ajuste será rápido ou devagar, se será intenso ou não."

Um grande ajuste não está no seu radar, diz ele, mas sim uma discussão sobre reformas e mudanças estruturais.

Sobre a intenção de voltar ao governo, ele desconversa: "Não estou trabalhando com a hipótese de voltar, não. Já passei dessa fase", disse.


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