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Inflação faz dinheiro de turista sumir 'rapidinho' na Argentina

LÍGIA MESQUITA DE BUENOS AIRES

Há três anos, o professor universitário Mario Barreto, 55, de Florianópolis, viajou a Buenos Aires para comemorar os 50 anos da mulher, Marta. Foram jantar com outros dez familiares em um dos restaurantes preferidos dos brasileiros, o Cabaña Las Lilas, em Puerto Madero.

Ao voltar ao restaurante no início deste mês, ele se deu conta de que o preço da refeição com vinho e sobremesa para 12, em 2010, foi o mesmo, agora, para um jantar com seis pessoas.

"Os preços dobraram", diz. "Mas, se trocar dinheiro no paralelo, está ótimo."

Além da inflação, que segundo o governo argentino foi de 3,7% em janeiro, a outra novidade que o brasileiro descobre em Buenos Aires é um animado mercado paralelo de câmbio.

Enquanto nas casas oficiais o turista vende a moeda americana por 7,83 pesos, no mercado ilegal sai por 11,80 (na cotação de anteontem). E chegou a 12,70 quando o peso se desvalorizou 20% no mês passado.

"Vendi dólar a 12 pesos, saí com um bolo de dinheiro", conta Carlos Mussi, também professor em Florianópolis, que recebeu a dica do mercado negro com companheiros do navio onde viajava.

"Mas o dinheiro some logo. Tinha vindo para cá em 2011 e vejo as coisas mais caras. O táxi aumentou e o cafezinho custa, em média, uns R$ 6 [20 pesos]", diz.

Andar de táxi está mesmo mais caro na cidade. Em 2013, as tarifas subiram 21%. A bandeirada atual, de 11 pesos, será reajustada novamente em abril, passando para 12,65.

Em uma mesa do tradicional Cafe Tortoni, um grupo de amigas de Belo Horizonte comentava que o dinheiro havia ido embora "rapidinho".

"Você pega uma nota de 100 pesos e, quando vê, já torrou tudo. Compra um café, algo para beliscar e acaba", diz a auxiliar financeira Nívea Derbotoli.

No restaurante, o famoso chocolate com churros passou de 48 pesos, há dois meses, para 54 pesos.

No Cabaña Las Lilas, um reajuste de 4% havia sido feito no começo de janeiro. Mas, depois da desvalorização do peso, o preço da carne, especialidade da casa, subiu 20%. O local, assim como o La Cabrera, outro restaurante de carne adorado pelos brasileiros, afirma que, por enquanto, não repassará aos clientes esse aumento.

Ali, um jantar para duas pessoas, com couvert, bife de "chorizo", batata frita, garrafa de vinho tinto, sobremesa e café, sai, em média, por 794 pesos (R$ 241).

Mesmo achando a cidade mais cara depois de três anos da visita anterior, a funcionária pública Gabriela Velho e o engenheiro Fernando Faria, ambos de Aparecida (SP), fizeram algumas compras no shopping Galerias Pacífico. "Mas não está compensando muito, está quase o mesmo preço do Brasil. E lá a gente pode parcelar", diz ela.


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