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Peso do governo no PIB é recorde; indústria tem menor fatia

Dados mostram sinais de esgotamento do modelo de crescimento baseado no consumo e migração, ainda que lenta, para os investimentos

PEDRO SOARES SAMANTHA LIMA DO RIO

Nunca a indústria teve uma fatia tão reduzida da produção nacional como em 2013.

Enquanto a indústria encolheu, o setor de serviços avançou e o consumo do governo alcançou seu maior peso na economia do país, segundo o IBGE.

A análise da composição do PIB a partir das atividades econômicas mostra que, em 2013, as fábricas brasileiras contribuíram com 24,9% do crescimento da economia. É a menor participação desde 2000, início da série. Nesse período, o pico havia sido em 2004, com 30,1%.

Já a avaliação pelos chamados "componentes da demanda", outra forma de ver o PIB, mostra que o consumo do governo chegou a 22%, ante 21,3% em 2012. A participação era de 19,2% em 2000, segundo o IBGE.

Nessa conta, estão todos os bens e serviços usados por União, Estados e municípios para atender à população em saúde, educação, Justiça e na própria administração das esferas de poder, entre outros.

Além do consumo público, a ótica da demanda inclui o consumo das famílias (peso de 62,5% em 2013), investimentos (18%), exportações (12,6%) e importações (-15,1%) --este último é excluído da conta do PIB pois reflete produção realizada fora do país.

O setor de serviços abocanhou 69,4% da economia, maior índice desde 2000. A agropecuária ficou com 5,7%.

É uma tendência das economias mais maduras e desenvolvidas haver um setor de serviços com mais peso, já que, com o avanço do perfil de renda, o consumo de serviços também cresce.

No Brasil, porém, discute-se se houve uma desindustrialização prematura, antes que o país alcançasse um padrão de renda per capita mais elevado --o indicador ficou em R$ 24.065 em 2013, com alta de 1,4% ante 2012.

O PIB de 2013 mostrou ainda que ocorre mudança do padrão de crescimento, com esgotamento do modelo baseado no consumo e uma migração, ainda que lenta, para os investimentos.

O consumo das famílias repetiu o crescimento do PIB (2,3%), abaixo dos investimentos (6,3%). O consumo do governo cresceu 1,9%.

Segundo José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do banco Fator, após anos de economia sustentada pelo consumo, a capacidade produtiva esgotou-se e tornou atraente o investimento para eliminar gargalos em ramos como infraestrutura, indústria e serviços.

"A retomada dos investimentos é desejável, já que abre caminho para uma inflação menor."

Segundo Virene Matesco, economista da FGV, esse padrão de expansão era "fruto das escolhas erradas do governo, colocando ideologia à frente da eficiência das forças econômicas". Por isso, diz, o modelo baseado no consumo das famílias mostra agora "sinais de esgotamento".


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