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Divórcio bilionário reconta a crise de 2008

Dois dos principais clãs imobiliários dos Estados Unidos são pivôs de história de ascensão e queda das hipotecas

Agora à venda por US$ 35 mi, apartamento de luxo em Manhattan era símbolo do sucesso do empresário Swig

DO "NEW YORK TIMES"

Esta é uma história de casamento e dinheiro em um apartamento de 16 cômodos e 6 banheiros no mundo dos imóveis de luxo em Manhattan, na cidade de Nova York.

Começa dentro das paredes douradas do edifício 740 na Park Avenue. Construído em 1929 por um avô de Jacqueline Kennedy Onassis, esse edifício de 19 andares é moradia dos fabulosamente ricos: os que têm pelo menos US$ 100 milhões líquidos (cerca de R$ 235 milhões).

Por trás das pesadas portas de bronze residem bilionários como o industrial David Koch; Ronald Lauder, da família que controla a Estée Lauder; e o financista Stephen Schwarztman.

Foi a esse mundo que Elizabeth e Kent Swig foram admitidos na alta temporada das finanças. E não foi surpresa que eles galgassem tamanhas alturas: o casamento dos Swig, em 1987, havia unido dois grandes clãs imobiliários americanos: os Macklowe, de Nova York, no lado da noiva, e os Swig, de San Francisco, no do noivo.

Quando o casal chegou ao edifício, em 2002, Kent Swig, um negociador carismático com jeitão de surfista, já criava fama, combinando ousadia nas operações e nenhum medo de assumir dívidas.

Logo passou a ser visto como um dos responsáveis pela transformação do distrito financeiro em endereço residencial da moda.

No pico do mercado, as propriedades do casal Swig atingiam com facilidade US$ 3 bilhões (cerca de R$ 7 bilhões).

E foi então que o banco Lehman Brothers faliu, o mercado ruiu, e a vida dos Swig também desabou, em uma versão bilionária da crise na habitação norte-americana.

Os credores exigiram o pagamento de empréstimos. Kent Swig havia oferecido patrimônio pessoal como garantia para US$ 116 milhões em dívidas. Processos judiciais começaram a surgir de vários lados. Um sócio bateu nele com um balde de gelo.

Uma noite em 2009, com a situação chegando ao ponto de ruptura, Elizabeth Swig encontraria o marido caído, bêbado, no chão de um dos quartos, segundo seu depoimento à polícia.

Ela disse aos policiais que ele estava "enraivecido": "Havia gesticulado como que para me agredir".

Um advogado de Kent Swig negou que o marido tivesse feito qualquer coisa que justificasse a presença da polícia. Amigos e associados dizem que Elizabeth culpava o marido por tudo --os prejuízos financeiros, o embaraço social, o vaso de cristal Murano quebrado.

E não demorou para que, no edifício na Park Avenue, começasse a circular a notícia de que os Swig seriam despejados de seu apartamento porque a hipoteca sobre ele estava sendo executada.

Liz e Kent Swig, os dois agora com 53 anos, haviam chegado à idade do divórcio.

O dúplex do casal foi colocado à venda no mês passado pela imobiliária de luxo controlada por Swig, ao preço de US$ 32,5 milhões (cerca de R$ 76 milhões).

A casa dos Swig em Southampton, em Long Island, com sete quartos e de fren- te para o mar, também está no mercado, ao preço de US$ 26,5 milhões.

Não existem divórcios felizes, mas este põe fim ao relacionamento de negócios entre os Macklowe e os Swig.

E, embora o divórcio, especialmente para as pessoas com grande patrimônio, possa ser um negócio cruel, o mercado imobiliário de Nova York é ainda pior: Kent Swig afirma que Harry Macklowe conspirou para arruiná-lo financeiramente, uma acusação que seu sogro nega.


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