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Política fiscal é prioridade de Dilma no ano

Evitar erros no controle dos gastos públicos para não comprometer credibilidade do governo é a maior preocupação

Avaliação é que anúncio de meta de 1,9% para o superavit contribuiu para que BC reduzisse ritmo de alta dos juros

VALDO CRUZ DE BRASÍLIA

A equipe de Dilma Rousseff respirou aliviada e comemorou, na semana passada, os resultados do PIB de 2013, mas sabe que, por enquanto, ganhou apenas uma primeira batalha para reverter o clima de desconfiança que reinava no início deste ano.

A chave para consolidar um ambiente mais favorável na economia está na política fiscal, que anteontem trouxe um resultado que levantou dúvidas sobre a promessa de austeridade do governo Dilma neste ano.

Os gastos federais em janeiro tiveram alta de 19,5%, fazendo cair pela metade o superavit do Tesouro.

Aos que duvidam da real disposição do governo em bancar sua meta de superavit primário de 1,9% do PIB em 2014, dado o histórico recente de descumprimento das promessas de economia de gastos, um assessor direto lembra uma conversa recente da presidente Dilma.

Ao ser questionada sobre qual seria, neste ano, sua principal preocupação na economia, a petista surpreendeu seu interlocutor ao responder que é a política fiscal, em vez de apontar o esperado controle da inflação.

A afirmação da presidente reflete uma convicção dentro do governo, de que a inflação tende a recuar nos próximos meses, desde que a equipe presidencial não dê nenhum tiro no pé em 2014.

NOTA DE RISCO

O maior deles viria de erros na condução da política fiscal. Um descontrole dos gastos públicos, que comprometa a credibilidade do governo, levaria a um rebaixamento da nota de classificação de risco do Brasil pelas agências internacionais, provocando alta do dólar e pressão sobre os preços.

Forçaria, como reação, o Banco Central a elevar a dose de aperto na política monetária, gerando um freio na economia no ano em que Dilma vai tentar a reeleição.

Assessores afirmam que o anúncio da meta de superavit de 1,9% contribuiu para que o BC diminuísse na semana passada de 0,5 ponto percentual para 0,25 ponto o ritmo de elevação dos juros.

A redução no ritmo de alta da Selic, que bateu em 10,75% ao ano, mesmo patamar herdado por Dilma do antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, foi comemorada no Planalto.

Além da política fiscal, colocada no topo das preocupações para garantir uma inflação sob controle, o governo tem outras batalhas pela frente para garantir um cenário mais tranquilo na economia.

ENERGIA ELÉTRICA

Uma delas está no setor elétrico. O Planalto busca passar um clima de tranquilidade, mas reservadamente a equipe presidencial está preocupada com a demora na recomposição dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas.

A possibilidade de eles permanecerem baixos pode elevar ainda mais o custo da energia elétrica, já que as usinas térmicas, mais caras, terão de operar por mais tempo que o previsto.

No pior cenário, pode também obrigar o governo a adotar medidas de racionalização e redução no uso de energia no país, um primeiro passo para um racionamento.

Outra pendência a ser equacionada, com efeitos sobre a inflação, que hoje está em 5,59% em 12 meses, é o aumento dos combustíveis.

A Petrobras trabalha com reajuste para gasolina e diesel neste ano, mas no governo uma ala defende que ele só seja concedido após a eleição. Afinal, a inflação ainda segue perto de 6%, bem acima do centro da meta, de 4,5%.


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