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Análise

Governo chinês aponta para desvalorização do yuan

HENNY SENDER DO "FINANCIAL TIMES"

Um dos principais tópicos de discussão nos bastidores da reunião do G20, no fim de fevereiro, foi a repentina desvalorização do yuan.

Nas últimas duas semanas, a moeda chinesa se depreciou em 1,3%. Antes disso, o yuan mantinha uma tendência de valorização --especialmente antes de encontros internacionais-- condizente com a meta das autoridades chinesas de transformá-lo em uma moeda de reserva.

A apreciação também tinha o objetivo implícito de rejeitar as acusações de autoridades do Tesouro americano de que o governo chinês mantinha sua moeda desvalorizada artificialmente para impulsionar exportações.

Desde meados de 2011, a taxa de câmbio efetiva real (em relação às moedas dos principais parceiros comerciais) chinesa subiu quase 20%, segundo o JPMorgan.

Como explicar, então, tanto a recente queda no valor do yuan como o momento em que ocorreu?

Apesar dos rígidos controles cambiais mantidos por Pequim, pessoas dos dois lados da fronteira encontram formas de driblá-los. Em 2013, as entradas de recursos na China somaram cerca de US$ 500 bilhões, atraídas pela apreciação cambial e por juros relativamente altos.

Os reguladores do banco central chinês vinham discretamente manifestando preocupação com os fluxos de capital de curto prazo.

As autoridades alargarão em breve a banda de variação do yuan, o que deve torná-lo mais instável. Um outro fator que deve ter influenciado Pequim é a raiva em relação ao Japão, que tem desvalorizado sua moeda, o iene.

Conforme a China passa a fabricar produtos de maior valor agregado, compete cada vez mais com os japoneses em outros mercados.

As autoridades chinesas acham que a atitude americana de apoiar a política cambial japonesa é hipócrita. Eles não estão sozinhos. Os coreanos também estão furiosos.

Ambos se perguntam até quando a Alemanha --que compete ainda mais diretamente com o Japão-- vai se abster de criticar o país.

A mudança drástica de direção do yuan foi um choque para muitos administradores de fundos que vinham pegando dinheiro emprestado em iene e aplicando na moeda chinesa.

A mensagem da China talvez não altere a posição do Japão, mas Pequim talvez ria por último. O iene parou de se depreciar e, na verdade, se fortaleceu em meses recentes apesar de um deficit recorde na balança comercial.


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