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Dólar completa um mês com cotação abaixo de R$ 2,40
Apesar disso, tendência da moeda americana no Brasil neste ano ainda é subir, afirmam analistas de mercado
Para operadores, gastos em ano eleitoral podem comprometer meta fiscal do governo, bem-vista por investidores
Embora analistas afirmem que a tendência do dólar no Brasil neste ano continue sendo de alta, a moeda americana completou ontem um mês abaixo de R$ 2,40 --valor considerado por operadores de mercado "confortável" tanto pelo Banco Central quanto por exportadores.
Isso significa que, em torno de R$ 2,40, o dólar não é tão caro a ponto de pressionar a inflação nem tão barato para prejudicar a receita em reais de exportadores.
Nos últimos 30 dias, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, caiu 3,5%. Ontem, fechou em baixa de 0,34%, a R$ 2,317, o menor preço desde 10 de dezembro do ano passado.
O dólar comercial, usado no comércio exterior, teve alta de 0,04% ontem, para R$ 2,321, depois de ter operado praticamente o dia todo em baixa. Em um mês, recuou 3,3%.
Na avaliação de João Brügger, analista da consultoria Leme Investimentos, a queda recente do dólar é pontual e reflete fatores como a meta fiscal do governo para 2014, bem recebida por investidores.
"Mas não vejo nenhuma razão que possa manter a moeda americana nos níveis atuais. O deficit nas transações correntes deve continuar acima de US$ 70 bilhões, e a balança comercial, ruim", diz.
Para Brügger, é mais provável que o dólar termine 2014 perto de R$ 2,50 do que de R$ 2,30. A última pesquisa semanal do BC com economistas mostrou redução ligeira da projeção, de R$ 2,50 para R$ 2,49. José Carlos Amado, operador da Renascença Corretora, afirma que ainda há desconfiança no mercado em relação à economia interna.
"Estamos em um ano eleitoral e parte do mercado ainda está cética com a possibilidade de cumprimento da meta fiscal anunciada, de 1,9% do PIB [Produto Interno Bruto]. Isso vai pressionar o câmbio até o final do ano."
E Reginaldo Siaca, superintendente de câmbio da Advanced Corretora, destaca que existe ainda a possibilidade de rebaixamento da nota do Brasil por agências internacionais de classificação de risco, "se avaliarem que o país não cumprirá o que prometeu".
Na Bolsa, o Ibovespa, principal índice, fechou o dia em alta de 1,08%, aos 47.093 pontos, com ajuda da ata do Copom (leia mais ao lado). Em um mês, sobe 1,01%.
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