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MARIA CRISTINA FRIAS cristina.frias@uol.com.br

Ano será bom para banco estrangeiro no país, afirma Goldman Sachs

Este será um ano favorável aos bancos estrangeiros que operam no país porque os brasileiros estarão mais propensos a alocar recursos fora do Brasil.

A avaliação é de Stephen Scherr, principal executivo do banco Goldman Sachs para a América Latina.

Para o executivo, os investidores estrangeiros não estão preocupados com quem vencerá a eleição para presidente no Brasil.

"Em relação ao pleito, a discussão que envolve as pessoas é como o fiscal e a política monetária serão afetados nos próximos meses até as eleições", disse em entrevista na sede do banco, em Nova York.

Scherr afirmou acreditar que a maioria no mercado financeiro espera a reeleição de Dilma Rousseff.

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O país deverá crescer neste ano a uma taxa que o executivo, que é também membro do comitê global de administração do banco, qualifica como "medíocre".

"Uma expansão do PIB entre 2,5% e 3,5%, eu considero desanimadora."

Mesmo com a projeção de um produto inexpressivo, o executivo vê espaço para avanço do banco no país.

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"Brasileiros estão menos inclinados a olhar as oportunidades domésticas de investimento em 2014 e vão procurá-las mais fora do Brasil."

Além da gestão de fortunas, há oportunidades para um robusto volume de negócios nas áreas de renda fixa e ações, disse. "A volatilidade no Brasil vai favorecê-las."

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A presidente Dilma, apesar do desalento na economia brasileira, mantém o favoritismo entre os interlocutores do executivo.

"Penso que a maioria das pessoas no mercado financeiro acredita que Dilma Rousseff será reeleita."

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Se a taxa de juros subir nos Estados Unidos, haverá um efeito mais desafiador no Brasil, no México e em outros países, não apenas latinos, lembrou. O prêmio pelo risco nesses locais subirá porque as oportunidades se tornarão mais atraentes nos países desenvolvidos.

O custo de financiamento também aumentará no Brasil e no México. "Mas não significa que investidores perderão o interesse nesses países."

Juros em alta, lembra, indicam crescimento da economia americana.

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"Crescendo, a economia dos EUA será benéfica ao Brasil ou a qualquer país cuja economia seja de alguma forma influenciada pelo ritmo da atividade americana."

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O mesmo para a China, no que se refere a preços de commodities que o Brasil exporta. "Se a economia chinesa continuar a crescer 6% ou 7%, será um bom resultado para o Brasil. Nossa visão da China é que continuará a crescer a uma taxa muito interessante", disse.

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"Os chineses estão muito mais concentrados em desenvolver uma maior demanda interna do que em vender mercadorias e serviços fora da China. Os indicadores são positivos para o Brasil."

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"Muito, muito positivas" são as perspectivas para os Estados Unidos neste ano, disse o executivo.

"Tem o potencial para ser melhor que em 2013."

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O México é o primeiro a ser citado na América Latina. "Ele se beneficiará em parte porque está fazendo algumas reformas muito reais que abrirão oportunidades para investidores estrangeiros. Acredito que vá se sair bem."

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Colômbia e Peru vão continuar a exibir níveis maiores de crescimento, interessantes para investidores. "Serão favorecidos pelos preços das commodities e pelo contínuo interesse dos chineses por produtos que oferecem."

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"Chile permanecerá forte pela liquidez considerável por meio do esquema de fundos de pensão e por ter companhias interessadas em investir dentro e fora do país."

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Os estranhos no ninho latino: Argentina e Venezuela. "O regime político deles é difícil de prever."

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FUTURO INCERTO

A parcela de empresários brasileiros otimistas com o futuro da economia do país caiu de 77% para 10% nos últimos doze meses, segundo o International Business Report (IBR), da consultoria Grant Thornton.

O percentual é o menor tido pelo Brasil desde que ele foi incluído no relatório internacional, em 2007.

Com a queda, a parcela dos executivos da América Latina confiantes com a economia nos próximos 12 meses recuou de 69% para 26%.

Em primeiro lugar no ranking está Peru, com 84%, seguido por Chile (63%) e México (58%).

"O Brasil sofre de todas as restrições para o crescimento dos negócios analisadas pelo relatório", afirma Ernesto Rubens Gelbcke, chairman do conselho da Grant Thornton.

"Lideramos em burocracia [53%] e perdemos somente para a Argentina em relação à incerteza econômica do país."

O país também se mostra prudente para novas contratações em 2014. Somente 37% dos entrevistados afirmaram que esperam contratar neste ano.

SALÁRIO FEMININO

Apesar de os salários dos homens serem quase 30% maiores que os da mulheres, segundo os dados mais recentes do IBGE, em alguns cargos do setor industrial, ocorre uma inversão.

Análise da CNI feita com base em dados do Ministério do Trabalho aponta que as mulheres que trabalham na montagem de turbinas e motores ganham 39% a mais que os homens que ocupam a mesma posição.

"Podemos associar isso à questão de ser uma atividade que necessita de alguém atento aos pequenos detalhes dos componentes", diz Márcio Guerra, gerente de estudos da entidade.

"Muitas vezes, as mulheres são mais habilidosas e têm uma maior produtividade nessas funções."

A participação feminina nesse segmento, no entanto, ainda é pequena, de acordo com Guerra.

As técnicas em biotecnologia também estão entre as que recebem mais que os homens (diferença de 17%).


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