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Rodovias federais no RS ficam sem dono e se deterioram

Trechos que haviam sido cedidos para privatização passam por 'limbo jurídico' após Estado não renovar concessão

Estradas chegaram a ficar mais de 6 meses sem conservação; Dnit diz que empreiteiras já foram contratadas

FELIPE BÄCHTOLD ENVIADO ESPECIAL AO INTERIOR DO RS

A conservação de quase mil quilômetros de rodovias federais no Rio Grande do Sul está comprometida devido a um período de "limbo jurídico" provocado pelo fim de um programa de privatização.

Por meses, esses trechos ficaram sem nenhum tipo de gestão: da iniciativa privada, do Estado ou da União.

Espalhados pelo interior, esses trechos haviam sido concedidos pelo Estado à iniciativa privada nos anos 1990.

O governo federal à época autorizou a administração gaúcha a incluir BRs no pacote, o que tornaria mais atrativa a exploração privada.

Mas o atual governador, Tarso Genro (PT), não renovou as concessões, que expiraram ao longo de 2013, e criou uma estatal para administrar os trechos estaduais.

As federais do programa foram devolvidas à União.

No entanto, meses se passaram até que todos os trâmites burocráticos fossem resolvidos. As rodovias ficaram abandonadas: sem gestão da União nem da gestão privada.

Importantes rotas, como a BR-290, que liga Porto Alegre à Argentina, e a BR-386, caminho para o polo de produção de soja, foram afetadas.

Nas margens, o mato alto é um retrato do abandono. Irregularidades se multiplicaram pelo asfalto e as placas com o preço das antigas tarifas não foram retiradas.

Praças de pedágios estão parcialmente depredadas.

Quem usa as estradas ficou sem suporte. Estações para contato com centrais de emergência estão desligadas.

Um problema comum são saliências no asfalto. Camadas do pavimento também estão se soltando. Não há balanças para pesar os veículos.

PNEU ESTOURADO

O caminhoneiro Álvaro Andrade, 48, percorre quatro vezes por dia um trecho de 60 quilômetros da BR-290 próximo a Porto Alegre e critica a burocracia que deixou a estrada sem um responsável.

"Vejo todo dia muita suspensão quebrada, pneu estourado. Está horrível. Se quebra na estrada, não tem socorro nem ambulância."

O professor de engenharia João Albano, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, diz que o conserto de pistas que passam longos períodos sem manutenção pode custar três vezes mais. "A estrada se deteriora rapidamente."

Alguns trechos chegaram a ficar mais de seis meses sem conservação. Na BR-386, o contrato com a concessionária expirou em maio de 2013 e só no mês passado o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) contratou uma empresa para retomar a manutenção.

A devolução de todos os trechos à União foi sacramentada apenas no último dia 12.

O Dnit promete retomar a conservação com empreiteiras já definidas. O órgão afirmou que precisou inventariar as BRs em questão antes de recebê-las formalmente.


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