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Concessionárias disputam recursos de fundo do FGTS

Grupos estudam sociedade com FI-FGTS para leilões de infraestrutura

Fundo com recursos do FGTS já era sócio da Odebrecht Transport; braço da Queiroz Galvão deve ser o próximo

JULIO WIZIACK DE SÃO PAULO

A Queiroz Galvão Energias Renováveis, braço do grupo que é ligado à produção de energia alternativa, deverá receber o FI-FGTS como sócio no mês que vem.

O fundo, que investe em infraestrutura com recursos do FGTS, pretende destinar R$ 500 milhões à compra de 30% da companhia.

Os recursos serão destinados à ampliação de parques eólicos no Nordeste. A Folha apurou que a proposta já teve aprovação prévia do conselho e seguirá para a fase final de votação em abril.

Desde o fim do ano passado, o FI-FGTS recebeu alguns grupos de infraestrutura, entre eles, Andrade Gutierrez, CCR, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão.

Ainda segundo apurou a reportagem, as empresas mostraram-se interessadas em ajustar seu modelo de negócio para disputar o "mercado de concessões" e ter o FI-FGTS como sócio.

Uma das ideias é criar empresas específicas de infraestrutura --como fez a Odebrecht com a Odebrecht TransPort. Essas empresas controlariam outras, criadas à medida que forem vencendo leilões públicos.

Hoje, o FI-FGTS tem participação em duas subsidiárias do grupo Odebrecht: a Odebrecht TransPort (OTP) e a Foz do Brasil. Na OTP, o fundo investiu R$ 1,9 bilhão e tem fatia de 30%. Na Foz, R$ 650 milhões, com 26,5%. Esses recursos foram usados em projetos específicos.

A OAS e a CCR também receberam recursos do fundo, mas ele não se tornou sócio das empresas. Só investiu exigindo taxas de retorno.

A parceria com a Odebrecht chamou a atenção após o lance de R$ 19 bilhões da OTP pelo aeroporto do Galeão (RJ), em 2013 --R$ 4,5 bilhões mais que o segundo colocado na disputa.

Naquele momento, uma manobra no Congresso alterou a lei que rege o FI-FGTS e permitiu que a OTP pudesse usar em obras aeroportuárias os recursos já investidos pelo fundo na companhia. Antes, a legislação vetava esse tipo de investimento.

Na ocasião, a OTP disse que o valor do lance se explicava pela perspectiva de ganhos futuros, e não pela sociedade com o FI-FGTS.

FUNDOS DE PENSÃO

De outro lado, na disputa pelas concessões, está a Invepar, formada pela OAS e por fundos de pensão de estatais: Previ, dos funcionários do Banco do Brasil, Petros, da Petrobras, e Funcef, da Caixa Econômica Federal.

Uma carta de fiança de um desses fundos funciona no mercado como garantia para pedidos de financiamento em instituições bancárias.

Nesse cenário, a concorrência considera que está em desvantagem, já que ter os fundos e o FI-FGTS como sócios ajuda na capitalização de um consórcio.

E hoje, ainda de acordo com as empresas, poucos fundos de investimento estão com apetite para entrar em um consórcio e obter retorno investindo em obras de infraestrutura.

Consultadas, as empresas não quiseram comentar. A Caixa Econômica, que administra o FI-FGTS, não retornou até o fechamento.


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