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Agência de risco rebaixa nota do Brasil

S&P atribui decisão à deterioração das contas públicas e externas e à perspectiva de baixo crescimento do país

Apesar da redução da classificação, Brasil ainda mantém o status de bom pagador, o 'grau de investimento'

DE SÃO PAULO

A deterioração das contas públicas, a perspectiva de baixo crescimento e a piora no deficit nas transações com o exterior levaram a a agência de classificação de risco S&P (Standard & Poor's) a reduzir a avaliação do Brasil.

A nota caiu de "BBB" para "BBB-" (a mesma da Espanha e das Filipinas), com perspectiva neutra --ou seja, a agência não pretende alterar a avaliação ao menos até 2015.

"Os sinais ainda não são claros quanto às políticas que serão utilizadas para estabilizar a situação fiscal (...). Será difícil atingir a meta de superavit primário de 1,9% sem que se recorra, em nossa visão, a ajustes pontuais", disse a S&P em comunicado, ao justificar sua decisão.

Apesar das críticas aos erros das agências de risco, principalmente no pico da crise global, em 2008, essas avaliações ainda servem de parâmetro para grande parte do mercado internacional. Suas decisões tendem a causar impacto no dólar e na Bolsa.

A expectativa de um possível rebaixamento se arrastava desde junho do ano passado, quando a agência colocou a nota brasileira em perspectiva negativa.

SURPRESA

O rebaixamento foi recebido com surpresa pelo Planalto, apurou a Folha. Esperava-se no governo que uma decisão viesse a ser tomada daqui a dois ou três meses.

Em nota, o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse que a redução da nota é "contraditória com a solidez e os fundamentos do Brasil".

Analistas do mercado financeiro também ficaram surpresos, pois também achavam que a decisão seria tomada mais para a frente.

Já os pré-candidatos à Presidência Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) aproveitaram o momento para atacar a política econômica de Dilma Rousseff.

BOM PAGADOR

Apesar da queda, o Brasil ainda mantém o chamado grau do investimento --categoria em que o país é considerado seguro para investir.

Muitos fundos no exterior, por exemplo, só põem dinheiro em países detentores do status de bom pagador.

Se o país cair mais um degrau, no entanto, será reduzido ao nível "junk" (grau especulativo), situação da qual saiu em 30 de abril de 2008, quando a S&P deu o grau de investimento --a agência foi a primeira a fazê-lo.

Outras agências também elevaram o país ao grau de investimento nos últimos anos. A Fitch atribui nota "BBB" (penúltima dentro desse nível), e a "Moody's", "Baa2" (também penúltima).

O anúncio do rebaixamento foi feito depois do fechamento dos mercados.

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, cedeu 0,12%, a R$ 2,320. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, caiu 0,17%, para R$ 2,322. A Bolsa subiu 1,29%.

Na sequência do anúncio do rebaixamento da nota brasileira, a S&P também reduziu a classificação da Eletrobras, da Petrobras e da Samarco (subsidiária da Vale que faz pelotas de aço).


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