Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

Cai nota de Petrobras, Eletrobras e Samarco

Políticas do governo que afetam estatais, como a do setor elétrico, são um dos motivos citados pela agência de risco

Petroleira manteve o grau de investimento, mas endividamento alto da estatal é fator de preocupação

DE SÃO PAULO

A Eletrobras, a Petrobras e a Samarco (subsidiária da Vale que faz pelotas de aço) também tiveram suas notas de crédito rebaixadas para "BBB-" pela agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P), assim como o Brasil.

A redução da nota da Petrobras preocupava especialmente o governo, por causa da provável repercussão política. Segundo a Folha apurou, o governo acreditava que a estatal só não seria rebaixada se houvesse reajuste no preço dos combustíveis.

Para Flavio Conde, analista-chefe da Gradual Investimentos, a situação da Petrobras é mais preocupante que a do governo brasileiro.

Mesmo que a empresa não tenha perdido seu grau de investimento --e, portanto, ainda tenha facilidades para conseguir crédito--, a perspectiva de risco da Petrobras é afetada por sua dívida, que atingiu R$ 221 bilhões.

Ele diz que o parâmetro do mercado para que uma empresa seja considerada boa pagadora é que sua dívida não supere duas vezes e meia a sua geração de caixa. A Petrobras ultrapassou esse limite no primeiro trimestre do ano passado e desde então a situação só se deteriorou.

A relação entre sua dívida e a geração de caixa chegou a 3,3 vezes no quarto trimestre de 2013 e pode piorar no primeiro trimestre deste ano.

A S&P justificou a decisão pela ligação extremamente forte com o governo federal, que detém 50,2% de seu capital votante, e por ser a principal produtora de petróleo e distribuidora de combustíveis do país, com um efeito correlativo sobre a inflação.

A nota não menciona explicitamente, porém, o fato de a Petrobras vir sendo obrigada a vender combustível no mercado interno mais barato do que compra lá fora, como parte da política do governo para estancar a inflação.

CHOQUE ELÉTRICO

Segundo a agência, o rebaixamento da Eletrobras refletiu a exposição da companhia ao ambiente regulatório brasileiro, sua forte posição no mercado local e o papel-chave no setor elétrico.

A política do governo para energia foi um dos fatores citados pela S&P para rebaixar a nota do país. Segundo a agência, o plano do governo para administrar perdas do setor elétrico "sem elevar tarifas em um ano eleitoral pode ser um evento desafiador".

A decisão também levou em conta a deterioração nas métricas de crédito da empresa, após lei que conduziu à queda dos preços de energia.

No caso da Samarco, apesar de vista como subsidiária estrategicamente importante da Vale pela agência, a S&P diz que não "incorporou o suporte de sua matriz para atribuir seu rating" e mantê-lo acima do rating do Brasil.

A agência diz que a perspectiva estável para Eletrobras e Petrobras refletem a perspectiva estável para o Brasil. A S&P diz esperar que as notas das duas empresas continuem junto a do país.

A perspectiva estável da Samarco reflete a visão da agência de que, dada a importância da empresa como subsidiária da Vale, a nota vai continuar a se beneficiar com o suporte da estatal.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página