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Apesar de corte de nota do país, Bolsa tem 7ª alta seguida

Dólar é o menor em 4 meses; mercado já contava com rebaixamento do Brasil por agência, afirmam analistas

Bom humor, porém, foi exacerbado por alta em mercados externos e não deve perdurar, dizem economistas

CAROLINA MATOS MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO

No dia seguinte ao rebaixamento da nota do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor's, a Bolsa local reagiu em alta e o dólar caiu para o menor preço em quatro meses.

Foi a sétima sessão seguida de valorização do principal índice de ações, o Ibovespa: 0,39%, para 48.180 pontos.

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, caiu 0,74%, para a R$ 2,302. E o comercial, usado no comércio exterior, teve baixa de 0,68%, para R$ 2,306. Ambos os valores são os menores desde 26 de novembro de 2013.

Anteontem, a agência S&P reduziu a nota de risco do Brasil de "BBB" para "BBB-", o nível mais baixo do chamado grau de investimento.

Isso significa que, apesar de ainda ser considerado um mercado seguro para investir, a instituição está menos confiante na capacidade do país de honrar seus compromissos financeiros (leia entrevista na página B3).

O dia tranquilo no mercado ocorreu em grande medida, de acordo com analistas, porque os investidores já esperavam que o rebaixamento fosse feito em algum momento.

E, nesse cenário, os preços dos ativos brasileiros, como ações, já vinham sofrendo descontos. No ano, até ontem, o Ibovespa caía 6,46%.

A calmaria, acrescentam economistas, foi favorecida pela alta generalizada das Bolsas internacionais e pode não perdurar diante das dificuldades internas.

"Há muita coisa ruim no horizonte, como risco de racionamento de energia, alta da inflação acima do que prevê o Banco Central, crescimento econômico menor e despesas públicas subindo mais do que as receitas", diz Marco Maciel, economista-chefe do Banco Pine.

Para ele, essas questões podem começar a pesar na decisão de investidores estrangeiros se houver sinais mais fortes de retomada da economia dos EUA ou se o juro americano subir.

Segundo André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, as políticas econômicas conflitantes também geram incertezas entre investidores internacionais.

"Temos, por exemplo, uma política fiscal frouxa [muitos gastos do governo] e uma política monetária apertada [aumentos da taxa de juros para tentar conter a inflação]", diz.

A S&P cortou anteontem a nota de Petrobras (petróleo e gás), Eletrobras (energia) e Samarco (mineração).

Economistas afirmam, contudo, que o rebaixamento do país não necessariamente irá contaminar a visão das agências sobre empresas locais em geral.

A agência mantinha outras 11, de serviços financeiros, em perspectiva negativa até a conclusão desta edição.


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