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Argentina reduz subsídios para água e gás
Indústrias não serão atingidas; governo nega que medida seja 'tarifaço' ou ajuste fiscal
O governo argentino anunciou ontem a redução de 20% nos subsídios das tarifas de água e gás no país. A medida, que afetará principalmente a classe média, resultará em contas até entre 100% e 400% mais caras e não se aplicará às indústrias.
A Casa Rosada, entretanto, não reconhece o corte como um ajuste fiscal.
O ministro da Economia, Axel Kicillof, afirmou que o governo promove um "redirecionamento" dos gastos públicos. "Não mudamos de ideia, continuamos defendendo uma política de subsídios", disse ele pela manhã.
Horas depois, em discurso transmitido em rede nacional de rádio e TV, a presidente Cristina Kirchner declarou que a medida não é um "tarifaço" (alta de preços dos serviços públicos). "Isso tem a ver com equidade", afirmou.
Cristina comparou a Argentina de agora com a de 2005, quando as subvenções aumentaram. "Aquela Argentina precisava de subsídios, as tarifas estavam dolarizadas e os salários haviam sido convertidos em pesos."
Em 2013, o deficit fiscal da Argentina foi de 2,8% e os subsídios, principalmente em energia e transporte, representaram 5% do PIB, segundo consultorias privadas.
Para o economista Ramiro Castiñeira, da consultoria Econométrica, o ajuste será bem-visto pelo mercado internacional. "Esse corte representará quase 1% do PIB. O governo já havia feito um ajuste monetário e era preciso diminuir gastos públicos."