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Sem 'maquiagem', PIB argentino tem crescimento de 3% em 2013

Criticado até pelo FMI, país vizinho tenta recuperar credibilidade dos seus dados estatísticos

Crescimento abaixo de 3,22% garante pagamento menor em títulos da dívida pública ligados ao PIB

LÍGIA MESQUITA DE BUENOS AIRES

Em uma nova tentativa de recuperar a credibilidade de suas estatísticas diante da comunidade internacional, o governo Cristina Kirchner deixou de superestimar o crescimento econômico e anunciou que o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 3% no ano passado.

Em dezembro, a Casa Rosada havia projetado um PIB de 4,9%.

O número mais realista se aproxima dos 2,9% indicados por consultorias privadas. No ano passado, a economia argentina teve avanço de 1,9%.

Com o crescimento da economia em 3%, a Casa Rosada deixará de pagar US$ 3,6 bilhões em títulos da dívida pública vinculados ao PIB. A remuneração paga pelos bônus acontece quando o PIB é de 3,22% para cima.

A cifra a ser poupada pelo Tesouro argentino é considerável quando as reservas internacionais do país estão em US$ 27 bilhões.

"Ao dar estatísticas verdadeiras, não precisamos pagar algo que não deveríamos. Ainda mais em um ano com as reservas tão em baixa", disse o economista Mariano Lamothe, da Abeceb.

Para Lamothe, é preciso esperar um tempo para saber a leitura que o mercado internacional fará dos novos dados do país. "Alguns podem interpretar como oportunismo. Outros podem "

Ao tentar explicar a queda da projeção de um PIB de 4,9% para o anunciado, de 3%, o ministro da Economia, Axel Kicillof, informou que o Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos, o IBGE local) adotou uma nova metodologia, mas não explicou de que maneira ela funciona.

Apenas disse que agora o instituto toma como ano-base de medição 2004, e não mais 1993.

Kicillof fez questão de lembrar que o avanço do PIB de 3% da Argentina é maior do que os crescimentos do Brasil, da Alemanha, dos Estados Unidos, da França, do Canadá, da Espanha e da Venezuela.

No ano passado a economia brasileira teve expansão de 2,3% ante 2012.

CREDIBILIDADE

A Argentina começou a corrigir suas estatísticas em fevereiro, ao lançar o novo índice de inflação oficial. Os números do primeiro bimestre deixaram de subestimar a inflação, reconhecendo uma alta de 7,2% no período.

Desde 2007, o Indec era acusado de maquiar os dados. A disparidade dos números em relação aos dados das consultorias privadas fez com que o FMI emitisse uma rara moção de censura à Argentina, no ano passado.

O órgão exigiu que o país apresentasse estatísticas plausíveis de inflação e PIB.


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