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Investir em Petrobras é mirar longo prazo

Controle de preço de combustíveis, polêmica sobre refinaria nos EUA e corte em nota de risco prejudicam estatal

Quem investiu em ações da empresa teve perda nos últimos 12 meses; fundo FGTS que aplica nos papéis também caiu

ANDERSON FIGO DE SÃO PAULO

No centro da polêmica sobre a compra de uma refinaria nos EUA, a Petrobras é cada vez mais vista como um investimento para quem pode esperar retorno no longo prazo (mínimo cinco anos).

As ações mais negociadas da estatal recuaram 15% em 12 meses até a última sexta-feira, para R$ 15,66. Mas os papéis chegaram a valer R$ 12,57 em meados deste mês, o menor patamar desde 2005.

O quadro ao lado mostra que quem investiu R$ 5.000 nas ações mais negociadas da Petrobras em 12 meses até 26 de março viu o capital diminuir para R$ 3.940.

Os cálculos consideram os dividendos (parte do lucro distribuída aos acionistas). A inflação do período, de 5,68%, não foi descontada.

Também houve redução dos valores nos fundos que aplicam recursos do FGTS na Petrobras. Se o investidor tivesse deixado a mesma quantia parada no FGTS, o valor teria subido para R$ 5.169.

O FGTS rende 3% ao ano mais TR (Taxa Referencial). O mesmo raciocínio se aplica para investimentos na Vale.

Como o dinheiro resgatado desses fundos específicos volta diretamente para o saldo do FGTS, que rende menos que a inflação, consultores recomendam a quem aplica nesses produtos que mantenha os investimentos com foco no longo prazo.

ALÍVIO PONTUAL

As ações da Petrobras tiveram um alívio nas últimas duas semanas, subindo 22,5%. Mas o movimento, dizem analistas, é pontual.

"Reflete a perspectiva de que, caso um novo governo seja eleito em outubro, as estatais seriam menos utilizadas como instrumento político", diz Filipe Machado, analista da Geral Investimentos.

A tese ganhou força na semana passada, quando pesquisa mostrou piora na avaliação da presidente Dilma e as ações da estatal subiram.

Mas a petroleira não escapou de ter sua nota de risco reduzida pela agência Standard & Poor's, após o rebaixamento dos títulos do governo brasileiro --ambos, porém, mantêm o chamado "grau de investimento", que é uma espécie de selo de bom pagador.

Para Luana Helsinger, analista do GBM (Grupo Bursátil Mexicano), o cenário para a Petrobras é nebuloso. "Ela deve ampliar a produção, o que é bom. O problema é que o consumo de combustíveis também sobe e, enquanto não houver reajuste nos preços, ela vai continuar sofrendo."

Por política do governo, para não aumentar a pressão sobre a inflação, a Petrobras importa derivados de petróleo a valores maiores que os de venda no Brasil.

Mesmo assim, consultores afirmam que sacar o dinheiro de fundos FGTS de Petrobras e Vale só compensa para quem vai se aposentar em até três anos ou estará apto em breve para usar os recursos do FGTS de outra forma, como para adquirir imóvel.

"Petrobras e Vale costumam pagar bons dividendos, o que encorpa a remuneração do investidor no longo prazo", diz Mauro Calil, consultor em finanças pessoais.


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