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Vaivém das commodities
MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br
Instabilidade marca início da colheita do café
A forte alta no encerramento da semana na Bolsa de Nova York mostrou bem o tipo de alteração brusca que o mercado do café promete para os próximos meses. O preço subiu 6% ontem, a 185 centavos de dólar por libra-peso.
Neste mês, os agricultores do Brasil começam a colher com mais força o tipo conillon, similar ao robusta, usado para blends com o arábica, o café de mais qualidade.
Em safras com o desenvolvimento climático normal, a colheita do arábica somente engrena em meados de maio. Neste ano, porém, fala-se em produto novo neste mês.
O calor antecipou o início dos trabalhos, diz Guilherme Braga, diretor-geral do Cecafé, que representa os exportadores. Para Silas Brasileiro, presidente-executivo do Conselho Nacional do Café (CNC), que reúne as cooperativas, essa oferta se limita a lavouras muito atingidas pela seca.
Não é apenas a qualidade do início de safra que causa controvérsia. Se há consenso de que a primeira estimativa da Conab não será alcançada, não existe unanimidade sobre a extensão da quebra.
Em janeiro, a Companhia Nacional de Abastecimento previu produção de até 50,2 milhões de sacas em 2014. Finalizado anteontem, estudo que o CNC pediu à Fundação Procafé aponta para no máximo 43,3 milhões de sacas.
A demanda brasileira é estimada em 54 milhões (33 milhões para exportação e 21 milhões para o mercado interno). A diferença pode ser suprida com estoques remanescentes de safras anteriores.
Segundo Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café, só mais à frente será possível uma visão mais precisa da safra 2014/2015. A Conab deve divulgar outra estimativa em 15 de maio.
Recuo A cotação da arroba do boi terminou a semana em baixa em São Paulo, segundo a Informa Economics FNP. O valor no noroeste paulista ficou em R$ 126. O preço máximo no ano foi o registrado no início da semana, R$ 128. Na quarta-feira, a cotação havia cedido a R$ 127.
Em linha O mercado de suínos, que vinha ensaiando alta, perdeu força, na esteira do boi, segundo análise da consultoria Safras & Mercado.
Mapitoba O monitoramento agrícola da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) mostrou condições climáticas distintas no Mapitoba, região que abrange a produção de grãos no Maranhão, no Piauí, no Tocantins e na Bahia. O clima ajuda no Maranhão e no Tocantins.
Não vai bem No extremo oeste baiano, há "queda do padrão de desenvolvimento" dos cultivos. No Piauí, as chuvas irregulares também comprometem o potencial de produtividade de algumas fases das lavouras.
Trimestre difícil Um dólar mais forte deve pesar para um "sentimento baixista" sobre as commodities neste trimestre. A previsão foi apresentada em análise técnica divulgada pela Reuters. O cenário deve ser observado no petróleo, em produtos metálicos e também nos agrícolas.
Fornecedores De cada 5 barris de petróleo importados pelos Estados Unidos no ano passado, 3 vieram de somente três países --Canadá, Arábia Saudita e México.
Concentração Essa participação dos três principais fornecedores dos EUA foi a maior em ao menos quatro décadas, segundo dados do governo norte-americano.
NÍQUEL
+2,29%
Ontem, em Londres
TRIGO
-0,92%
Ontem, em Chicago